Assembleia mantém greve e quer ampliar movimento
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13/06/12 20h47m
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Plenária dos docentes aprova Fórum dos três segmentos
O fato de o governo ter recuado da ideia de negociar somente com quem não está em greve e decidir apresentar um esboço de proposta sobre carreira aos docentes na próxima semana foi analisado como uma vitória do movimento paredista, que alcança hoje 55 Instituições Federais, sendo 51 universidades. Exatamente por essa força obtida é que ele precisa ser mantido, avaliaram os presentes à assembleia desta quarta, no auditório Loi Trindade Berneira (Química), na qual compareceram 80 professores. A continuidade e ampliação da greve são consideradas fundamentais para demover o governo federal de sua posição intransigente quanto ao atendimento das reivindicações do magistério.
No debate sobre a paralisação, representantes dos centros de ensino da UFSM fizeram relatos gerais sobre a adesão ao movimento. A avaliação é de que o movimento ainda é parcial, mas que a ampliação das adesões se dá de forma gradativa, na medida em que as pessoas vão sendo esclarecidas sobre as motivações da paralisação. Além da sugestão de que seja intensificado o corpo a corpo, especialmente juntos às unidades mais resistentes, foi aprovado também para que se leve às demais entidades a proposta de criação de um Fórum Unificado dos três segmentos, envolvendo SEDUFSM, Assufsm, DCE e Sinasefe.
A criação do Fórum tem por objetivo estabelecer um espaço de debates entre os segmentos, apontando pontos comuns na pauta específica de cada setor, além de propor atividades e agendas conjuntas. Na assembleia dos professores fizeram relatos sobre a greve em seus respectivos segmentos, a servidora técnico-administrativa Loiva Chansis, e o estudante, Eron Cunha. Também o professor Claudio Losekann, do Colégio Técnico Industrial (CTISM), abordou de forma otimista o início da paralisação naquele setor da universidade.
Foram informadas também na plenária, as duas atividades conjuntas dos segmentos que já estão marcadas: um ato unificado nesta quinta, a partir das 16h, em frente ao prédio da União Universitária e, na segunda, 18, pela manhã, a realização de outro ato, mas desta vez junto ao prédio da reitoria. Para representar os docentes da UFSM junto ao Comando Nacional de Greve (CNG), em Brasília, foi escolhido o professor Abel Panerai Lopes. Ele substituirá a professora Adriana Zecca, que estava no CNG desde o início da semana passada.
Paridade entre ativos e aposentados
Os professores Carlitos Schalenberger, Getulio Lemos e Ester Nogueira, estiveram entre aqueles que se manifestaram na plenária fazendo um alerta em relação às negociações com o governo. Segundo eles, é preciso que os negociadores que representam a categoria estejam atentos, para que não sejam aceitos acordos que não respeitem um preceito fundamental, que é o da paridade entre docentes ativos e aposentados, ou seja, que ao ser construída uma proposta, que ela não privilegie direitos dos ativos em detrimento dos inativos.
Estatuinte
Ao fazer uma manifestação, o professor do departamento de Metodologia do Ensino da UFSM, Francisco Freitas, abordou a necessidade de se voltar ao tema de uma Estatuinte na instituição, com os três segmentos unidos pela construção de um modelo de universidade que seja autônoma e democrática. “Hoje nós vemos as decisões sendo tomadas de cima para baixo. É o gestor quem determina qual curso deve abrir, aonde vão ser empregados os recursos, e nós não somos mais sujeitos de nada, passamos a ser meros objetos”, criticou Freitas, acrescentando que a visão dominante seria de um “pensamento privado” se apropriando de temas que deveriam ser públicos.
Durante a assembleia também foi escolhido o delegado para participar do 57º CONAD (Conselho Nacional do ANDES-SN), que acontece de 21 a 24 de junho, em Parnaíba (PI). Ficou definido que o delegado para o encontro será o professor Jerônimo Tybusch, 1º secretário da SEDUFSM, sendo que os observadores serão os professores Márcio Badke e Getulio Lemos. Durante o evento em Parnaíba será empossada a nova diretoria do ANDES-SN, que terá presente em seus quadros, no biênio 2012-2014, os professores da UFSM, Rondon de Castro, Carlos Pires e Julio Quevedo dos Santos.
A mesa que coordenou a plenária desta quarta foi composta pelo vice-presidente da SEDUFSM, professor Julio Quevedo dos Santos, com o apoio dos professores Ascisio dos Reis Pereira e Fabiane Costas, ambos do Comando Local de Greve. Uma nova assembleia deverá ocorrer na próxima quarta, 20.
Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM