Ministros ganham quase o dobro do teto do funcionalismo Publicada em
Atualizada em 29/06/12 11h18m
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A publicação dos salários do Executivo apresentou dois ministros no topo da lista. Segundo os dados divulgados, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, receberam R$ 43.202,58, o que representa quase o dobro do teto do funcionalismo, atualmente em R$ 26.723,13. O alto valor dos salários se dá, principalmente, pelos jetons advindos da participação em conselhos da Petrobrás (R$ 8.232,74) e da Petrobrás Distribuidora (R$ 8.246,71). O valor líquido dos salários é de R$ 36.297,94. Miriam Belchior e Guido Mantega superam a presidente Dilma Rousseff no ranking dos maiores contracheques de Brasília.

Na lista ainda estão outros nove ministros que ganham mais que a presidente. Entre eles, Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, com salário líquido de R$ 24.571,39, também graças a jetom da Petrobrás Biocombustível no valor de R$ 4.752,90. Wagner Bittencourt, da Aviação Civil, é outro exemplo dos maiores salários de Brasília, com o valor de R$ 24.054,49, sendo R$ 4.145,49 fruto da participação no conselho da Eletrobrás. A presidente Dilma, conforme seu último contracheque, recebe exatamente o teto do funcionalismo, sendo o valor, após os descontos, de R$ 19.818,49.

O processo de divulgação dos salários é uma exigência da Lei de Acesso à Informação, em vigor desde o mês de maio. Os valores podem ser conferidos no Portal da Transparência (www.portaltransparencia.gov.br). No site estão disponíveis o valor dos salários da presidente, dos ministro e de mais 40mil servidores públicos federais. Mesmo com a exigência da Lei, os salários de dez ministros ainda não estão disponíveis. Conforme a Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pela divulgação dos dados, cabe aos órgãos de origem informar os valores. Segundo a CGU, nos próximos meses devem ser divulgados os valores nas Forças Armadas e as verbas indenizatórias de civis quanto de militares.

Exposição

A divulgação dos salários dos servidores foi considerada por algumas entidades do funcionalismo público como uma exposição de risco. Segundo as entidades, dados particulares como o valor da remuneração podem ser usados em golpes e assaltos, por exemplo. Entre as entidades que criticaram a Lei de Acesso à Informação, tanto o Legislativo Federal quanto o Judiciário já afirmaram que divulgarão os salários de seus servidores, embora não tenham definida a data para isso.

Segundo a CGU, o Portal da Transparência identifica apenas as remunerações básicas e eventuais (como gratificação natalina e férias, abate-teto, deduções obrigatórias e jetons). Valores referentes à descontos de caráter pessoal e incidentes sobre o salário (como pagamento de pensões e empréstimos consignados) não são divulgados por tratarem-se, conforme a CGU, de informações de natureza privada.

Fonte: Estadão Online
Foto: Agência Brasil de Comunicação
Edição: Rafael Balbueno
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM