Manifestação suspende reunião do CEPE
Publicada em
Atualizada em
07/07/12 17h30m
428 Visualizações
Fórum Unificado de Greve cobra reconhecimento do movimento
Os Comandos Locais de Greve (CLG) dos docentes, dos técnico-administrativos em educação (TAEs) e dos estudantes, realizaram manifestação na manhã da última sexta-feira, 6. Amarrados à porta da sala de reuniões onde seria realizado o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), os grevistas cobraram o reconhecimento da paralisação na UFSM. A atividade foi convocada pelo Fórum Unificado de Greve, que congrega os CLGs dos três segmentos da universidade. A manifestação motivou o cancelamento da reunião.
Uma das principais críticas do Fórum, e que levou a realização do ato dessa sexta, foi a publicação da Circular 05/2012, da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD). No texto, emitido em 28 de junho e endereçado aos chefes de departamento e aos coordenadores de curso, a PROGRAD recomenda que as matrículas para o 2º semestre de 2012 sejam feitas normalmente. A posição da Pró-Reitoria embasa-se, segundo consta na Circular, na consideração de que “o Calendário Acadêmico 2012 continua em vigência”. Dessa forma, o texto afirma ser necessário “que tudo esteja pronto para o acesso web dos veteranos e calouros”. Por fim é reforçado o prazo para o período de ajustes, no caso, de 25 de junho até 6 de julho, bem como o período de matrículas, que será aberto no dia 9 de julho.
Para os manifestantes, a Circular constrange os grevistas ao recomendar que as atividades sejam realizadas normalmente. Além disso, as determinações apresentadas no ofício da PROGRAD desconsideram o movimento paredista na instituição.
“O memorando da PROGRAD insiste em desconhecer o movimento. Então na verdade a nossa intenção é cobrar para que o CEPE se manifeste a partir do documento da PROGRAD, no sentido de desautorizar aquele documento e garantir que não haverá perdas para nenhum estudante dentro da universidade. Porque o Conselho Universitário (Consun) já fez esse reconhecimento em uma moção de apoio ao movimento, então cabe ao CEPE agora reconhecer e em termos práticos discutir o calendário”, afirmou o membro do CLG dos docentes, professor Adriano Figueiró
Atividades serão intensificadas
Manifestações de greve como a dessa sexta, com um caráter mais incisivo, devem ser intensificadas no próximo período. A ausência de uma proposta do governo em nível federal, assim como a postura da reitoria manifestada na Circular 05/2012, levaram o movimento a programar atividades que criem condições de maior pressão. “Os docentes estão em greve desde 17 de maio, os técnicos desde o dia 11 e, entre uma greve e outra, os estudantes também deflagraram sua greve. Então a gente está em um momento em que é preciso inaugurar um novo padrão de procedimento e hoje foi uma pequena mostra da capacidade de unidade das categorias para defender as suas lutas”, apontou Alcir Martins, membro do CLG dos TAEs.
Além disso, Alcir ressaltou que, na contramão do ofício da PROGRAD, a realização de atividades mais incisivas quebrará definitivamente a rotina na UFSM. “A partir de segunda-feira estaremos inaugurando efetivamente uma nova fase da greve, um novo padrão de atividades para efetivar a quebra da normalidade na universidade. A greve vem para acabar com a normalidade da universidade” conclui Alcir.
Grevistas protocolam documento
Em resposta à Circular 05/2012, um documento foi protocolado junto ao gabinete do reitor, professor Felipe Müller. No texto, assinado pelo Fórum Unificado de Greve da UFSM, ressalta-se que “as atividades acadêmicas nesse período de exceção estão particularmente prejudicadas”. Nesse sentido, o documento cobra que a reitoria apresente alternativas à situação sem coagir aqueles que optaram, dentro dos seus direitos, pela adesão à greve. Além disso, o documento exige que o CEPE manifeste-se sobre o calendário acadêmico.
Texto e fotos: Rafael Balbueno
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM