Candidatos a prefeito manifestam apoio à greve
Publicada em
Atualizada em
12/07/12 13h40m
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Corte do ponto é rejeitado por eles em favor do diálogo
Desde a última sexta, 6 de julho, estamos em campanha eleitoral nos municípios. Em Santa Maria, cinco candidaturas concorrem no pleito municipal que transcorrerá em outubro. A Assessoria de Imprensa da SEDUFSM procurou os candidatos para saber qual a opinião deles sobre a greve nas universidades e também sobre o anúncio do governo de mandar cortar o ponto (salário) daqueles que aderiram ao movimento paredista. De uma forma geral, todos se solidarizaram com a paralisação e criticaram o corte do ponto. Leia e avalie para após a eleição poder fazer comparações, até mesmo porque alguns desses partidos já governaram o estado, o país ou mesmo Santa Maria.
Cezar Schirmer (PMDB), atual prefeito e candidato à reeleição
“O Direito de Greve é uma proteção constitucional aos trabalhadores para que, de forma coercitiva, exijam seus pleitos não atendidos nos canais ordinários de relação com as instituições. O corte de ponto é uma ruptura no diálogo e não ajuda na solução dos pleitos. A UFSM é uma instituição pública fundamental na vida de nossa cidade, e as condições de trabalho e a remuneração do quadro de pessoal é fator determinante para seu sucesso.
Felizmente, diante do permanente diálogo que estabelecemos com os sindicatos dos servidores municipais, não enfrentamos nenhuma greve em toda a nossa administração. Acredito que o Governo Federal deva retomar as negociações. Acreditamos no dialogo. Assim que trabalhamos e, assim que pretendemos continuar trabalhando”.
Jeferson Cavalheiro (PSTU), candidato a prefeito
“O anúncio de corte de ponto é mais uma atitude ditatorial do governo Dilma, que segue toda a política implementada no governo anterior. Lula já iniciou seu mandato atacando os servidores com a reforma da previdência e, durante toda a gestão, atacou os trabalhadores da área da educação. No governo Dilma continuaram esses ataques. Esse governo não prioriza as áreas educacionais, não atende às reivindicações dos docentes e o anúncio do corte do ponto é mais uma medida para intimidar. O governo do PT fazia parte de sindicatos, então, conhece bem esse meio, utilizando-se do que conhece, hoje, para assustar a categoria. O governo estadual também agiu assim com os professores do Cpers. Os professores não devem se intimidar e devem seguir na sua luta, na mobilização. A frente de esquerda (PCB e PSTU) concorda com a greve e defende que o movimento deve seguir até garantir suas conquistas”.
Jorge Pozzobom (PSDB), deputado estadual e candidato a prefeito
“Estou surpreso de maneira negativa com a total ausência de diálogo que o governo está tendo. Se tu pegares do ponto de vista eleitoral, posso ter a ousadia de dizer que 90% dos servidores federais (posso estar exagerando) votaram na Dilma. Então, é impressionante a ausência de diálogo entre eleito e eleitor. Vemos uma total desarticulação política do governo federal. Não se tem um comando político no governo. Se tem uma chefe da casa civil, Gleisi Hoffmann, que não sabemos para que veio e qual o papel dela. E aí não estou fazendo a crítica a ela enquanto mulher, é uma crítica política. A Ideli Salvatti também não está tendo essa articulação. Não está havendo diálogo, o governo não está respeitando a greve. Sou candidato a prefeito de Santa Maria, se os meus servidores fizerem algum movimento de greve, eu irei, juntamente com uma equipe, dialogar com eles. É através do diálogo que nós vamos buscar um consenso”.
Tiago Aires (Psol), candidato a prefeito
“Estou achando muito importante essa greve. Ela está mostrando para o governo a mobilização dos trabalhadores. O governo se negou a negociar. Um governo que antes defendia e fazia greve, agora se nega a negociar e ainda manda cortar o ponto. Esse governo não representa os trabalhadores. Avalio de forma muito negativa a iniciativa de mandar cortar o ponto dos servidores. Atitudes como esta devem servir para fortalecer ainda mais a greve, indo para o enfrentamento com esse governo truculento”.
Helen Cabral (PT), vereadora e candidata à prefeita
“Como sindicalista, vinculada ao Cpers Sindicato, sempre defendi a qualidade da educação e a valorização dos professores. Sou favorável à greve em defesa dos direitos dos servidores. Venho do movimento estudantil e já fui do comando de greve várias vezes. Sempre fui uma defensora da Universidade Federal de Santa Maria, de educação pública e de qualidade, e da instituição onde tive a oportunidade de me formar. Acho um absurdo o corte do ponto dos trabalhadores e acredito que todos tem direito de se manifestar e de entrar em greve pela defesa dos seus direitos."
Depoimentos a Bruna Homrich (estagiária)
Edição: Fritz R. Nunes
Foto: claudemirpereira.com.br
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM