Governo propõe aumento de 0,85% a grevistas
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23/07/12 15h43m
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Proposta a docentes, além de irrisória, atingiria só doutor DE
Caso os professores grevistas aceitassem a proposta apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério do Planejamento (MPOG) no dia 13 de julho, os docentes federais receberiam aumento real de apenas 0,85% ao final de três anos, descontada a inflação do período. Além disso, o aumento irrisório seria destinado somente a professores com doutorado e dedicação exclusiva (DE).
Desse modo, um professor com doutorado que iniciasse a carreira docente em 2015, receberia R$ 8.439,77, enquanto sem a proposta do governo o docente receberia R$ 8.368,94. Tais cálculos foram realizados pela economista Fabiana de Felício e divulgados no Portal UOL, e revelam que o reajuste proposto é quase imperceptível para doutores com dedicação exclusiva, em início de carreira.
O secretário de Educação Superior do MEC, Amaro Lins, disse ser preciso olhar para a carreira como um todo, na expectativa salarial do professor ao longo da carreira. “O que nós queremos é tornar a carreira atraente para os novos professores, e principalmente que eles percebam que têm espaço de desenvolvimento da carreira na universidade”, afirmou.
Enquanto isso, a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento não se constrange em dizer que o ingresso na carreira docente é “opcional” e que um salário de um professor iniciante é atrativo principalmente no interior do país.
Frente a tamanho descaso com o funcionalismo, o ANDES-SN divulgou, na última segunda, 16, nota afirmando que o governo faz “um jogo de números maquiados”. O Sindicato Nacional aponta que menos de 10% de toda categoria seria beneficiada com tal proposta, visto que a mesma é direcionada para professores com doutorado e dedicação exclusiva.
Plano de carreira
A proposta apresentada pelo governo atende, em parte, uma das reivindicações do ANDES, reestruturando a carreira e reduzindo o número de níveis de 17 para 13, incluindo o de titular. No entanto, segundo essa proposta, o professor doutor entra na universidade em uma categoria mais baixa, a de auxiliar 1.
Atualmente existem 17 níveis, contando com o de titular, no plano de carreira docente. Sem a reestruturação proposta, um doutor só pode entrar como adjunto 1.
“Como doutor, você já começava como adjunto 1. Agora, vai entrar como auxiliar 1 e terá mais passos, são 13 passos”, disse o professor Ricardo Summa, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Fonte: UOL
Foto: Arquivo/SEDUFSM
Edição: Bruna Homrich (estagiária); Fritz Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM