2012: recorde em desnacionalização de empresas SVG: calendario Publicada em 24/07/12 14h52m
SVG: atualizacao Atualizada em 24/07/12 15h00m
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No primeiro semestre, 167 empresas brasileiras vendidas

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Processo de desindustrialização no país facilita para compradores estrangeiros

A desnacionalização de empresas brasileiras tem se tornado uma realidade crescente em nosso país. Somente no primeiro semestre de 2012, 167 empresas nacionais foram compradas por multinacionais. Tal número é tão expressivo que sinalizou para a maior liquidação de empresas privadas brasileiras num único semestre, em toda a história do país. O recorde anterior havia sido alcançado no primeiro semestre de 2011, em que 94 empresas passaram pelo processo de desnacionalização. Em relação a esse ano, o índice de desnacionalização aumentou 77%.

Os dados acima são provenientes de estudo realizado pela consultoria KPMG em sua última “Pesquisa de Fusões e Aquisições”, e correspondem às operações “cross border 1” (cb1) – descritas sucintamente como “empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil”.

Do total de empresas brasileiras vendidas, 71 foram adquiridas por multinacionais dos Estados Unidos (EUA), 13 foram compradas por multinacionais francesas, 12 por multinacionais inglesas, 11 por multinacionais alemãs, oito por multinacionais canadenses e seis por multinacionais japonesas.

Com menor expressividade, outros países também se apoderaram de empresas nacionais: Holanda e Suíça adquirindo cinco empresas cada, Espanha e África do Sul com quatro empresas cada, Itália, Chile e México com três cada, Suécia, Bélgica, Israel, Austrália, Índia, Portugal e Argentina com duas cada e, finalmente, China, Finlândia, Irlanda, Singapura e Emirados Árabes Unidos adquirindo uma empresa cada.

Entre as empresas nacionais que foram vendidas, a maior parte está concentrada no setor de tecnologia da informação, produtos químicos e farmacêuticos e empresas de internet.

Superacumulação

Para o professor do departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ricardo Rondinel, a causa está numa crise de superacumulação, em que os capitais procuram locais onde possam ter lucros e em que os mercados estejam em expansão. “A compra de empresas nacionais por estrangeiras é normal no capitalismo. O importante é que se desenvolva um mercado interno e que empresas brasileiras também comprem empresas no exterior, para que o fluxo de capitais se mantenha positivo”, diz Rondinel.

Governo impassível

Diante da exorbitante liquidação a que o Brasil foi submetido, que surpreendeu até mesmo os profissionais da KPMG, o governo brasileiro nada fez. Nos últimos oito anos e meio, 1.167 empresas nacionais foram vendidas a multinacionais estrangeiras. “A participação estrangeira”, diz a nota da KPMG, “ganhou força inclusive em setores em que a presença brasileira foi tradicionalmente majoritária, como é o caso do ramo de Tecnologia da Informação”.

O professor Rondinel explica que, nos últimos 12 anos, nosso país tem passado por um processo de desindustrialização. “Hoje o Brasil exporta mais matérias-primas que manufaturas e isso poderá gerar desemprego maior em médio e longo prazo, se o setor serviços não absorver os desempregados pelo setor industrial”, diz o economista.

Investimento Estrangeiro Direto

Rondinel explica que o fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) tem se dado dos Estados Unidos e Europa para as economias emergentes. Em 2011, o IED foi de aproximadamente R$1, 5 trilhões. “O Brasil, entre 2000 e 2005, recebeu US$100 bilhões em IED. Já entre 2006 e 2011 recebeu US$183 bilhões. A grande mudança que ocorreu entre 2006 e 2011 no Brasil é que entraram muitos investimentos em carteira, em ações e títulos públicos e privados. Enquanto entre 2000 e 2005 o investimento em carteira foi de US$7 bilhões, entre 2006 e 2011 o fluxo foi de US$207 bilhões”, expõe o professor.

Ele ainda afirma que, na medida em que exista um fluxo de capitais positivo, o país poderá ter seu balanço externo equilibrado. “Na medida em que a economia brasileira esteja em crescimento maior que as economias desenvolvidas, haverá fluxo de capitais para o Brasil”, completa Rondinel.

Fonte: Portal Vermelho
Foto: Google
Edição: Bruna Homrich (estagiária); Fritz Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

 

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