Intransigência do governo leva à greve, diz servidor da PRF Publicada em
Atualizada em 21/08/12 18h08m
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Os policiais rodoviários federais decidiram nesta segunda, 20, entrar em greve. Até então, o que eles vinham fazendo para protestar eram operações-padrão, em que fiscalizavam mais carros do que a rotina, provocando congestionamentos em várias estradas do país. No Rio de Janeiro, agentes que exercem função de chefia puseram o cargo à disposição.

“Nós temos que manter um efetivo mínimo de 30% nas rodovias. A gente está atendendo prioritariamente as emergências, principalmente acidentes, acidentes com vítimas fatais, acidentes com vítimas graves e até leves, em uma escala de prioridades”, explica Marcelo Novaes, presidente do sindicato dos Policiais Rodoviários do RJ.

A Comissão Nacional de Greve destacou, em reunião ocorrida no último sábado, que o combate aos crimes como o roubo de cargas, tráfico de drogas, contrabando, descaminho, sonegação de impostos, exploração sexual de crianças e adolescentes e crimes de trânsito, lamentavelmente ficará prejudicado por causa da intransigência do Governo Federal.
“Os números comprovam que ano a ano a PRF [Polícia Rodoviária Federal] é a polícia que mais apreende drogas neste país, em torno de 90 toneladas/ano”. Para o membro da Comissão de Greve, Marcos Khadur, “o papel da PRF é proteger a vida e combater todos os tipos de crime, mas infelizmente, o Governo não dá importância e valor para isso em nosso País”.

Durante o encontro no sábado, em suas falas, todos os representantes sindicais alegaram que a culpa da insatisfação da categoria é somente do Governo que, ao longo dos anos, nunca deu o mesmo tratamento que outras carreiras típicas de Estado receberam. E declararam que a categoria está unida e motivada para atender a programação do movimento grevista.

O presidente da Federação (FenaPRF), Pedro Cavalcanti, disse que a solução do impasse está nas mãos do Governo. “Temos uma reunião com o MPOG para 23 de agosto, e esperamos que o Governo apresente uma proposta que satisfaça os anseios da categoria. Se isso não ocorrer permaneceremos em greve”, finalizou.

Nesta terça-feira, em Goiânia, 40 policiais rodoviários tiraram os distintivos e fizeram fila pra entregar, simbolicamente, os cargos de chefia. Na fronteira do Brasil com o Paraguai, as enormes filas de caminhões e carros das últimas semanas deram lugar a um trânsito livre. Quem cruzou a Ponte da Amizade nesta terça pela manhã não passou por nenhuma vistoria. Os agentes deixaram carros, motos e pedestres passarem livremente.

Fonte: G1 e Fenaprf.org.br
Fotos: Fenaprf
Edição: Fritz R. Nunes (SEDUFSM)