Senadores pedem que governo negocie com professores SVG: calendario Publicada em 29/08/12 19h17m
SVG: atualizacao Atualizada em 29/08/12 19h21m
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Audiência pública no Senado levantou críticas ao Executivo

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Professores e entidades ligadas às universidades estiveram no Senado, nesta quarta pela manhã

Os senadores presentes à audiência pública sobre a greve que supera os três meses nas universidades federais, promovida nesta quarta (29) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), pediram ao governo que mantenha abertos os canais de negociação com os representantes dos professores e funcionários. Além da solução da questão salarial, argumentaram, também é necessário debater formas de evitar novas paralisações nos próximos anos.

Logo no início da audiência, a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), Marinalva Silva Oliveira, criticou a interrupção das negociações e disse que a greve “continua forte”. Ela informou que a proposta apresentada pelo governo foi rejeitada por todas as assembleias promovidas pelo sindicato. Pediu ainda que se estabeleça um cronograma para a realização de concursos públicos para novos professores.

O representante da Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação nas Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), José Almiran Rodrigues, disse que a entidade assinou acordo com o governo para o fim da greve, aceitando o reajuste de 15,8%, embora este tenha sido considerado “totalmente insuficiente”. Mas alertou que a federação quer discutir a questão da terceirização no serviço público, “em especial na universidade”.

Além da solução da questão salarial, os parlamentares argumentaram também que é necessário debater formas de evitar novas paralisações nos próximos anos. “ Por que temos greve todo ano? Esta é uma pergunta chave. Algo está errado. Vamos ver o que precisamos fazer para que não sejam necessárias greves daqui para frente”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), após pedir uma negociação “permanente” entre o governo e os profissionais atualmente paralisados. Cristovam afirmou entender as dificuldades orçamentárias do governo, mas, lembrou que recentemente o Poder Executivo concedeu mais de R$ 20 bilhões em incentivos fiscais às montadoras de automóveis.

Entendimento e unilateralidade

A retomada das negociações foi defendida por mais três senadores. Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu que as partes envolvidas promovam um esforço para alcançar o entendimento. Ele considerou importante examinar, ao mesmo tempo, a necessidade de se normalizar a situação nas universidades, para evitar maiores prejuízos aos estudantes.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) criticou a decisão do governo de “encerrar unilateralmente” as negociações. Ele pediu aos representantes de professores que “não aceitem o argumento de um prazo fatal”, pois, como completou, “quando o governo quer manda e desmanda nesse Congresso”.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) – autora de um dos requerimentos para a realização da audiência, juntamente com a senadora Ana Amélia (PP-RS) – também pediu a “continuidade do diálogo” entre as partes. Para isso, no entanto, ela alertou ser necessário que “as partes estejam com disposição de dialogar”

Para que o Brasil se torne um país desenvolvido, concordou a coordenadora geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais de Educação Básica, Profissional e Tecnológica, Elane Mafra, será necessário “valorizar o profissional da educação”. Ela emocionou-se ao dizer que tinha orgulho de ser proveniente da educação pública.

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, afirmou que o Brasil vive um “momento de efervescência no debate educacional”, pois, além da maior greve da última década, o país promove o “grande debate do Plano Nacional da Educação”. Ele defendeu a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, por meio do uso de verbas provenientes dos royalties do petróleo e do Fundo Social que contará com recursos da venda de petróleo obtido na camada pré-sal.

Fontes de financiamento

Na avaliação do presidente da SEDUFSM e diretor do ANDES-SN, Rondon de Castro, o resultado da audiência foi bastante positivo para os docentes. Segundo ele, a intransigência do governo foi bastante criticada e os senadores ainda destacaram ao representante do governo, Secretário de Ensino Superior do MEC, Anaro Lins, para que ele apresentasse as dificuldades financeiras que eles, senadores, dariam respostas de em que fontes esses recursos poderiam ser buscados para atender as reivindicações do magistério.

Os parlamentares também desmistificaram a data de 31 de agosto, que esta não impediria que se mantivesse uma negociação em relação à reestruturação da carreira. Os docentes grevistas também foram convidados para participar, na próxima segunda, 3 de setembro, da audiência pública no Senado que discutirá a regulamentação da greve no serviço público.


Fonte: Agência Senado
Foto: Facebook Rondon de Castro
Edição: Fritz R. Nunes (SEDUFSM)

 

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