Operação “crédito zero” derruba arrecadação do governo
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Atualizada em
06/09/12 17h22m
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Auditores fiscais estão entre categorias que não assinaram acordo
A operação “crédito zero” dos auditores-fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil), que consiste no não lançamento dos créditos tributários da União, resultado de ações fiscais, postergou, no período compreendido entre julho e setembro, a autuação de R$ 6,5 bilhões. A informação, publicada nesta quinta, 6, em ‘O Estado de S. Paulo’ é destaque no site do Sindifisco Nacional. Os auditores-fiscais, assim como a Polícia Federal e os professores federais vinculados ao ANDES-SN, estão entre as categorias que não aceitaram a proposta do governo.
Para o sindicato que congrega a categoria dos auditores-fiscais, a operação “crédito zero” é uma forma de mobilização legítima e eficaz. Através dessa ação, adia-se a arrecadação, mas a autuação não é perdida, já que há o cuidado de não deixar decair o crédito tributário. Entretanto, a postergação do lançamento acaba por retardar a arrecadação de que o Governo tanto precisa para conduzir sua política econômica.
O jornal ‘O Estado de São Paulo’ acrescenta que a RFB não comenta os efeitos da operação “crédito zero”, mas reconhece que a rotina está seriamente afetada. Tanto auditores-fiscais como policiais federais continuam em Campanha Salarial por considerarem insuficiente a proposta do Governo de reajuste de 15,8% parcelado em três vezes, de 2013 até 2015.
Greve histórica
Na avaliação do presidente da SEDUFSM e diretor do ANDES-SN, professor Rondon de Castro, o movimento paredista nas diversas categorias do funcionalismo, bem como nos segmentos da educação federal, demonstrou a importância da união, que acabou levando a uma greve história, que paralisou praticamente toda a esfera pública federal.
Rondon acredita que os efeitos desse movimento foram sentidos pelo governo e também pelos segmentos conservadores do país. De um lado, o governo se apressa a querer “regulamentar” o direito de greve no setor público, e, em vários momentos, procurando “judicializar” a greve. E, de outro lado, expressões conservadoras como a da senadora do agronegócio, Katia Abreu (PSD, ex-DEM), que tem ido á imprensa pedir ações enérgicas contra “abusos” nos movimentos grevistas. Até o senador gaúcho, Pedro Simon (PMDB), se manifestou na tribuna do Legislativo criticando os grevistas de “sangue azul”.
Para o dirigente da SEDUFSM, parece inacreditável que um governo formado por ex-sindicalistas se una a grupos reacionários dopais para tentar cercear o legítimo direito de greve dos servidores públicos.
Fonte: Sindifisco Nacional
Foto: Band.com.br
Edição: Fritz R. Nunes (SEDUFSM)