Bancários de Santa Maria discutem greve na quarta
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Se deflagrada, paralisação terá início no próximo dia 18
Os bancários de Santa Maria e região podem deflagrar greve em assembleia que será realizada nesta quarta-feira, 12, às 19h, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). A orientação é do Comando Nacional dos Bancários e representa a insatisfação da categoria frente à negligência da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em negociar o conjunto de reivindicações da categoria. Desde o início da Campanha Salarial dos Bancários 2012, em agosto, foram várias rodadas de negociação entre Comando Nacional e Fenaban, além de reuniões específicas em cada instituição. No entanto, a maior parte da pauta de reivindicações foi ignorada.
Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, Claudenir Freitas, na próxima segunda-feira, 17, será realizado o dia nacional de lutas da categoria. “A partir do dia 18, não melhorando a proposta, é greve”, afirmou Freitas. O atual reajuste proposto pela Fenaban é de 6%, enquanto a categoria pressiona por 10,25%. As outras reivindicações são: piso salarial de R$ 2.416,38; PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos; Plano de Cargos e Salários para todos os bancários; elevação para R$ 622 dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição; mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade; Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral; mais segurança e igualdade de oportunidades.
Em correspondência enviada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) à Fenaban na última quarta-feira, 5, o presidente da entidade, Carlos Cordeiro, diz que os saldos positivos apresentados pelos bancos permitem que esses atendam às demandas apresentadas por seus trabalhadores. "Somente os cinco maiores bancos tiveram R$ 50,7 bilhões de lucro líquido em 2011, com uma rentabilidade superior a 21,2%, a maior do mundo. No primeiro semestre deste ano, as mesmas instituições apresentaram lucro líquido de R$ 24,6 bilhões, maior que em igual período do ano passado, mesmo com o provisionamento astronômico de R$ 37,34 bilhões para pagamento de devedores duvidosos, incompatível com a situação real de inadimplência", destaca Cordeiro. Para ler a carta na íntegra, acesse o link ao final da página.
Diferença de remuneração
Os bancários também criticam o fato de as instituições financeiras engordarem o salário dos diretores, que, segundo os sindicatos, já são muito bem remunerados. Os dados fornecidos pelos bancos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicam que os diretores das quatro maiores instituições do país (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander) terão remuneração média de 9,7% superior à do ano passado, o que significa um aumento real de 4,17%.
Os cálculos indicam que, em 2012, cada diretor estatutário do Banco do Brasil embolsará mais de R$ 1 milhão, os do Bradesco receberão R$ 4,43 milhões cada um, os do Santander R$ 6,2 milhões e os do Itaú R$ 8, 3 milhões.
Última greve
A última greve dos bancários de Santa Maria e região ocorreu em 2011. Na ocasião a categoria esteve em greve durante três semanas, atingindo mais de 30 agências bancárias. O resultado desse movimento foi um reajuste salarial de 9%, valor abaixo dos 12,8% reivindicados pela categoria.
Texto: Bruna Homrich com informações de Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região e Contraf-CUT
Edição: Rafael Balbueno (Jornalista)
Foto: SindBancários
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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Documentos
- Carta da Contraf-CUT à Fenaban