Reino Unido terá corte de R$ 32 bi em áreas sociais
Publicada em
08/10/12 14h33m
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Plano de austeridade foi anunciado por ministro
A população do Reino Unido não deve demorar a sentir as consequências do pacote anunciado nesta segunda-feira, 8, pelo ministro das Finanças, George Osborne. O acordo prevê o corte de 10 bilhões de libras esterlinas (R$ 32 bilhões) em benefícios sociais, como auxílio-moradia para menores de 25 anos e renda extra para pais desempregados. “É preciso ir para a frente com um plano credível para reduzir as dívidas e um plano credível para encorajar a iniciativa na nossa economia”, disse Osborne.
Segundo o presidente da Sedufsm e diretor do ANDES-SN, Rondon de Castro, “essa é a lógica que impera em períodos de crise econômica: cobrar dos trabalhadores. Cada vez mais as dívidas privadas passam a ser públicas e os devedores passam a ser os trabalhadores e as pessoas mais precarizadas dos países. No Brasil, mesmo sob a afirmação oficial de que sobrevivemos à crise, vemos grandes cortes em setores estratégicos de atendimento ao povo, como saúde e educação”, analisa Rondon.
No Reino Unido o pacote é anunciado em um período no qual a economia britânica passa por uma grande recessão, que tem servido como mote para a elaboração de pacotes de austeridade e precarizado a qualidade dos serviços públicos. No entanto, mesmo com o anúncio desse pacote, o país não conseguirá zerar o déficit estrutural nesta legislatura, que vai até 2015. Quem admite isso é o próprio Osborne, que também decidiu negociar as medidas de austeridade com os Liberais Democratas (membros da coalização que sustenta o governo conservador). O acordo firmado entre eles pressupõe que os britânicos mais ricos serão os próximos a pagar mais impostos.
Milionários serão protegidos
Entretanto, se por um lado o ministro diz querer que as pessoas mais ricas paguem uma fatia maior pela redução do déficit, por outro declarou que não adotará o imposto para mansões avaliadas em mais de 2 milhões de libras esterlinas (R$ 6,4 milhões), pleiteado pelos liberais democratas. “Eu não acredito que devemos ser um país em que se você trabalha duro, você poupa, você compra uma casa... Eu não quero um país que vem atrás de você com um imposto enorme, então isso não vai acontecer... sempre seremos justos e seremos vistos como justos”, afirmou o premiê conservador David Cameron.
Alguns economistas avaliaram que o déficit britânico para 2013-2014 ficaria, aproximadamente, em 126 milhões de libras esterlinas (R$ 385 bilhões), ou 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A análise divulgada pelo jornal Financial Times é de que a austeridade deve durar até 2018, atrasando em cinco anos o prazo inicial de ‘aperto nas contas’ alardeado pelo governo conservador, ao fazer seus primeiros cortes.
Fonte: Opera Mundi
Foto: Hoje Macau
Edição: Bruna Homrich (estagiária); Rafael Balbueno (Jornalista)