Professor de História da USP fala sobre o 11 de setembro
Publicada em
26/08/11 17h13m
Atualizada em
26/08/11 17h16m
1189 Visualizações
Osvaldo Coggiola estará no Cultura na SEDUFSM de segunda, 29
O Cultura na SEDUFSM sobre os ‘10 anos do 11 de setembro’ terá continuidade na próxima segunda, 29 de agosto, às 19h. Estará presente para palestrar, o economista e professor de História Contemporânea da Universidade Estadual de São Paulo (USP), Osvaldo Coggiola. Na atividade, que é aberta ao público, no auditório da seção Sindical dos Docentes da UFSM, o historiador, autor de vários livros, falará sobre “Terrorismo e os reflexos do 11 de setembro”. A coordenação do debate será do professor de História da UFSM, Carlos Henrique Armani.
A primeira parte do Cultura na SEDUFSM, que na sua 48ª edição faz uma reflexão sobre episódios como o dos ataques terroristas a Nova York e Washington, em 11 de setembro de 2001, aconteceu na segunda, 22. Neste dia, os jornalistas Luiz Antônio Araújo (Zero Hora) e Rondon de Castro (professor da UFSM) debateram sobre o papel da imprensa nas guerras do Oriente Médio. A coordenação foi do jornalista e professor da UFSM, Humberto Gabbi Zanatta.
Acompanhe a seguir algumas opiniões de Osvaldo Coggiola expressadas em entrevista ao jornal Diário de Santa Maria, no final de semana 20 e 21 de agosto, no caderno Mix, seção “Ideias”, cuja abordagem foi referida em função do evento promovido pela SEDUFSM:
MIX - De que forma pode-se compreender a origem e o significado dos termos extremismo e fundamentalismo?
Coggiola- Extremismo é um termo muito genérico. Fala-se em extremismo de esquerda, religioso... Significa estritamente alguém que ocupa uma posição extrema. Assim, nenhuma religião pode dizer que nunca teve seus extremistas religiosos. O fato de existir um extremismo islâmico não quer dizer que seja algo tipicamente árabe. Já o termo fundamentalismo tem sua origem na religião protestante, em uma seita chamada ‘Os Fundamentalistas’. Portanto, não tem sua origem na religião islâmica. Então, apontar extremismo e fundamentalismo como islâmicos é completamente absurdo.
MIX - Quais as diferenças entre islã histórico e político?
Coggiola - O primeiro mostra a construção histórica da religião islâmica, o papel que teve na história, que é muito importante e que se estende ao longo dos séculos. Já o islamismo político é uma coisa específica do século 20, que nasce na década de 1920 no Egito e que, com diversas variantes, se mantém até hoje. São correntes islâmicas que fazem política e que pretendem criar um estado islâmico. Mas como existem diversas correntes, não existe nenhum consenso sobre o que seria o tal do estado islâmico.
MIX - Quais são os reflexos do 11 de Setembro de 2001?
Coggiola - Temos a guerra contra o terrorismo, que se esgotou politicamente, da mesma maneira que o chamado terrorismo islâmico também se esgotou politicamente. Hoje, ninguém pode dizer que Al Qaeda representa uma ameaça à civilização ocidental.
Texto: Fritz R. Nunes
Foto: Arquivo da SEDUFSM
Assessoria de Impr. da SEDUFSM