Reforma agrária e transgênicos em debate no ANDES-SN SVG: calendario Publicada em 10/12/12 17h18m
SVG: atualizacao Atualizada em 10/12/12 17h33m
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Sobraram críticas para a política do governo federal

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O agrônomo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Claudinei Carneiro Zavarski, e o professor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Althen Teixeira Filho, contribuíram com o debate sobre agroecologia e efeitos nocivos de defensivos agrícolas e alimentos transgênicos. O debate, ocorrido na tarde do último sábado, 8, integrou o seminário “Desdobramentos da Rio+20 e Código Florestal Nacional” promovido pelo ANDES-SN neste fim de semana.

Para Zavarski, a agroecologia surge como uma alternativa para a agricultura familiar, contrapondo-se à prática predatória utilizada pelo agronegócio. Outra problemática levantada pelo militante foi a paralisação das desapropriações promovidas pelo governo federal, que, sob o argumento de qualificar os assentamentos, vem atuando com morosidade no processo de redistribuição fundiária. Também foram levantadas críticas quanto à intenção do Ministério de Desenvolvimento Agrário em dar a titulação de terras para os acampados. “O que ele vai fazer será privatizar uma terra que hoje o agricultor explora em esquema de concessão. Ao dar a titularidade e não oferecer condições para que este trabalhador se fixe na terra, o governo estará facilitando a venda desta terra, que com certeza voltará para as mãos dos latifundiários”, explicou, pontuando que tal política caracteriza-se como um retrocesso.

Na concepção do agrônomo, outro fator que compromete a reforma agrária no Brasil é o novo Código Florestal, aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo ele, ao permitir que as empresas mantenham Áreas de Proteção Ambiental em terras distantes das desmatadas, o Código contribui para que terras passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária deixem de ser desapropriadas. Outro elemento apontado por Zavarski é a financeirização do meio ambiente, que recebe a alcunha de preservacionismo. “O capital visa ao lucro e quando não for mais conveniente essas áreas serão desmatadas”, previu.

Transgênicos

A fala do professor Althen Teixeira problematizou o uso de agrotóxicos e suas consequências nocivas à saúde das pessoas. “A agroecologia é possível, não precisamos de agrotóxicos. Além de improdutivo, o agronegócio envenena a população”, defendeu o docente gaúcho, explicando que não há falta de comida, mas desperdício e uso de produtos agrícolas para alimentar animais e gerar energia. Ele ainda acusa os partidos políticos de defenderem apenas os interesses das grandes corporações, que são os grandes financiadores das campanhas eleitorais. “Estou escrevendo um livro em que mostro os maiores doadores dos partidos. Sabendo quem financiou, saberemos como cada deputado irá votar”, vaticinou.

Avaliação

Para os participantes do Seminário, o espaço de debate proporcionado impulsionará a atuação do ANDES-SN junto a movimentos sociais e trará as questões ambientais e de ciência e tecnologia para a agenda de lutas do Sindicato. “Acho que sairemos daqui dispostos a intervir mais nesse debate, levando essas discussões para os grupos de trabalho locais e para a sociedade”, afirmou o diretor da Adunicentro, Denny Silva.

Daniel Nedel, um dos coordenadores do GT Pama e diretor do ANDES-SN, disse que o evento jogou luz sobre pontos como a privatização de terras públicas por meio da titularização. “Também devemos nos posicionar sobre a relação íntima entre o governo brasileiro e o agronegócio”, afirmou.

Já na avaliação do 2º vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN e um dos organizadores do seminário, Claus Akira Matsushigue, o evento atingiu um de seus objetivos, que é subsidiar as discussões para a elaboração das propostas sobre meio ambiente a serem apreciados no 32º Congresso do Sindicato Nacional. “Está sendo possível ter um bom panorama sobre as questões ambientais mais atuais”, avalia.

Fonte e fotos: ANDES-SN

Edição: Bruna Homrich (estagiária); Fritz Nunes (Jornalista)

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