Manifestantes protestam por justiça a vítimas da Kiss
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Atualizada em
30/01/13 16h30m
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Poder público municipal foi severamente questionado
Dois dias após o incêndio que vitimou 235 pessoas na boate Kiss, as ruas de Santa Maria voltaram a receber familiares, amigos e vários santa-marienses que, apesar de não terem sofrido perdas diretas, foram acometidos pela tristeza e necessidade de responsabilização. Às 17h de terça-feira (29/1), cerca de 300 pessoas, portando cartazes que pediam justiça, fiscalização e questionavam severamente a prefeitura municipal, concentraram-se em frente à Câmara de Vereadores, onde realizaram um minuto de silêncio, deslocando-se, depois, para outros dois locais no centro da cidade.
Em caminhada, os manifestantes foram até a rua Alberto Pasqualini, onde se localiza a Delegacia Regional de Santa Maria. Lá, amigos e estudantes fizeram depoimentos que pediam a punição de todos os envolvidos no caso e cobravam maior segurança nos espaços comumente utilizados para diversão e entretenimento. O Delegado Regional Marcelo Arigony desceu do prédio para falar aos manifestantes que todos os esforços estão sendo feitos no sentido de garantir que a justiça seja cumprida, com as responsabilidades devidamente apuradas. Durante o período da caminhada, os organizadores ressaltavam que o protesto era pacífico.
O segundo local para onde se direcionaram os manifestantes foi o prédio da Sociedade União dos Caixeiros Viajantes (SUCV), onde fica o gabinete do prefeito Cezar Schirmer. Muito se questionou, então, sobre a omissão e conivência do poder municipal, que concedeu alvará para a boate que tinha apenas uma saída – a principal – e, além disso, o estabelecimento seguia funcionando mesmo com o alvará de prevenção a incêndio vencido em 10 de agosto de 2012, não tendo sido renovado desde então.
Palavras de ordem que cobravam explicações de Schirmer apontavam-no como envolvido direto na tragédia. No entanto, o prefeito não apareceu, vindo em seu lugar a chefe de gabinete Magali Marques da Rocha.
DCE
Uma das discussões que permeiam a tragédia é o fato de, poucas semanas antes, a boate do Diretório Central dos Estudantes (DCE) ter sido fechada devido a alguns problemas apontados, mas que não comprometem a segurança do local. Em nota publicada no site da entidade, a atual gestão do DCE esclarece que a boate, em seu salão principal, possui quatro saídas, além do isolamento acústico ter sido feito com tijolos e não espuma, como era na boate Kiss.
Texto e foto: Bruna Homrich (estagiária)
Edição: Ana Paula Nogueira (interina)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm