Docentes da UFPR suspendem greve
Publicada em
05/09/11 16h57m
Atualizada em
05/09/11 17h02m
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UFT também encerrou movimento iniciando em junho
Na semana que passou, professores de duas instituições federais que estavam em greve encerraram movimento. Na Federal de Tocantins (UFT), a paralisação encerrou depois de 66 dias. No Paraná, a greve, que iniciou com uma pauta nacional e outra local foi suspensa pela categoria docente. Avaliou-se que o movimento local obteve importantes conquistas com o compromisso da Administração da Universidade Federal do Paraná de encaminhamento imediato de alguns pontos da pauta ou com prazo determinado de outros, com a formação de grupos de trabalho paritários ou discussão anterior nos Conselhos Superiores.
Para os cinco pontos da pauta emergencial ficou firmado: o compromisso de diminuição do limite máximo de horas-aula dos docentes; implantação de progressão automática on line no prazo de 30 dias; revisão dos projetos pedagógicos dos cursos, estabelecendo o limite máximo de alunos por espaços de ensino para vigência no 1º semestre de 2012; constituição de um novo modelo de alocação de vagas docentes e o compromisso por parte da Reitoria de buscar solução emergencial, para corrigir o contingente represado de docentes que já encaminharam solicitação de mudança de regime de trabalho, no prazo de 90 dias.
Nos demais itens da pauta local destacam-se também o compromisso de encaminhamento imediato do estágio probatório no Setor Litoral no prazo não superior a 30 dias para aqueles que já completaram três anos na Universidade e o reconhecimento institucional dos casos de assédio moral na UFPR.
Para o Comando Local de Greve, as negociações alcançadas pelo movimento docente no movimento grevista são conquistas importantes. Na avaliação dos professores, a construção da pauta local permitiu perceber que as políticas que precarizam o trabalho docente e a universidade têm reflexos internos que afetam a instituição. No entanto, como vários dos itens da pauta local e nacional dependem de prazos para efetivação, optou-se pela suspensão da greve e não seu encerramento. Com isso, os docentes mantêm-se em estado de greve, para acompanhar o cumprimento dos compromissos assumidos pela Administração da UFPR.
Avaliação nacional
No entendimento do Comando Local de Greve, o acordo assinado com o governo federal, que estabelece reajuste de 4% para março de 2012 e o compromisso de reestruturar a carreira docente, foi possível pela forte mobilização que se estabeleceu na UFPR e em algumas outras Universidades.
Mesmo com a discordância do acordo firmado, o movimento local teve ações importantes que impulsionaram o governo federal a negociar, uma vez que inicialmente não se apontava nenhum reajuste para 2012. Dentre as ações do movimento local da UFPR estão a deflagração da greve e o ato contra o Ministro de Educação realizado no dia 17 de agosto, em Curitiba.
Na avaliação do Comando Local, as conquistas da greve precisam ser fiscalizadas pelos docentes para que os prazos e compromissos assumidos tanto na esfera nacional como pela Administração da UFPR sejam cumpridos. Também será necessário discutir com a Reitoria e os Conselhos Superiores as bandeiras que foram pautadas nesta greve.
O movimento docente também lembrou que caso as promessas não sejam cumpridas, tanto da pauta local como da pauta nacional, a greve poderá ser retomada, por isso permanecem em “Estado de greve”. Para isso, a Assembleia deliberou pela suspensão da greve, e não seu encerramento.
Texto: APUFPR e ANDES-SN
Foto: Apufpr
Edição: Fritz R. Nunes (SEDUFSM)