Unipampa: expansão rima com depressão?
Publicada em
21/03/13 16h19m
Atualizada em
23/03/13 20h30m
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Estudantes criam página em rede social para criticar deficiências
Ainda no final de 2011, a Sedufsm publicou na segunda edição da revista ‘D Palavra’ uma reportagem sobre os problemas decorrentes de uma expansão mal planejada, tanto na UFSM como na Universidade Federal do Pampa (Unipampa). No que se refere à Unipampa, de lá para cá, as coisas não mudaram e, em alguns aspectos, parece até ter piorado. A tal ponto que estudantes da instituição criaram uma página em uma rede social (fan page) intitulada de “Depressão Unipampa”.
No espaço virtual do facebook, os estudantes debatem as dificuldades enfrentadas nos diversos campi da universidade e colocam, às vezes, mensagens bem-humoradas, como um pequeno banner com o refrão da famosa canção dos Beatles: “Help, We need somebody, Help”. Conforme dados que constam da página, mais de 520 contatos da rede social já tinham curtido.
Através da página se fica sabendo também que o Corpo de Bombeiros e duas secretarias municipais de Bagé interditaram parcialmente o acesso a dois blocos no campus da universidade. Além disso, apontaram problemas com extintores que não estavam nos locais devidos e falhas na identificação das saídas de emergências dos prédios. Essas informações, com as devidas explicações da direção do campus, foram publicadas na edição de 1º de março do jornal “Folha do Sul” e reproduzidas na rede social.
Falta de professores
Mas os problemas dos diversos campi da Unipampa não se resumem a dificuldades na estrutura física. Conforme o professor Daniel Nedel, do campus de Bagé, que também é 2º vice-presidente da Regional RS do ANDES-SN, há falta de professores em diversos locais. Ele cita que no campus de Uruguaiana, a falta de docentes é generalizada, pois a distribuição de vagas não teria contemplado de forma correta a área de saúde, cuja relação entre número de alunos por professor precisa ter um índice menor.
No campus da Unipampa em Bagé, a falta de docentes também é uma constante. Segundo Nedel, os que ingressam via concurso, na primeira oportunidade, mudam para outras instituições, deixando os alunos sem aula. Ele cita o exemplo do curso de Engenharia de Produção, no qual pelo menos metade do corpo docente prestou concurso para a Universidade Federal de Pelotas, e após a aprovação e nomeação, migraram para a instituição.
O professor Daniel Nedel elaborou um pequeno gráfico mostrando as dificuldades de manter a relação professor/aluno em condições minimamente adequadas, na Unipampa. Ele lembra que o número preconizado pelo programa de expansão (Reuni) é de 18 alunos para 1 professor, enquanto em determinadas áreas do conhecimento na Unipampa essa relação chega a ser de 120 por 1. (Veja em anexo)
Texto: Fritz R. Nunes
Fotos: “Depressão Unipampa” e Folha do Sul
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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Documentos
- Gráfico que dá conta da evasão de docentes na Unipampa