Vozes de mulheres de luta ecoaram na praça SVG: calendario Publicada em 22/03/13 18h59m
SVG: atualizacao Atualizada em 22/03/13 19h33m
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Cultura na Sedufsm deu “gracias a la vida” nesta quinta-feira

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Apresentação reviveu obra de nomes como Mercedes Sosa, Violeta Parra e Joan Baez

Foi uma noite de quinta-feira com muita emoção na praça Saldanha Marinho, em Santa Maria. Na 55ª edição do projeto Cultura na Sedufsm, o sindicato trouxe uma homenagem às mulheres de luta, lembrando o mês da mulher, mas, também dando “Gracias a la vida”, canção base da carreira das grandes artistas – Mercedes Sosa, Violeta Parra e Joan Baez. E com essa música, que abriu o show já próximo das 20h, a atividade também foi mais um espaço proporcionado a representantes da Associação dos Familiares das Vítimas e de Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Falando em nome da Associação, Adherbal Ferreira enfatizou, novamente, que a atuação de todos tem sido no sentido de transformar o luto em luta.

Falando pela Sedufsm, o professor Humberto Gabbi Zanatta enfatizou que o evento podia ser considerado um tributo à vida e lembrou a posição recente do papa Francisco, que em diálogo com a presidente Dilma, diz-se emocionado com a tragédia de Santa Maria. Para Zanatta, o papa mostrou “firmeza e ternura”, demonstrando a sensibilidade de alguém que era oriundo da terra do líder revolucionário que proferiu a famosa frase: “hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. O diretor do sindicato também leu a moção de solidariedade aprovado em favor dos familiares e sobreviventes da tragédia de Santa Maria, no 32º Congresso do ANDES-SN.

O momento comovente gerado pelas falas foi seguido pela emoção proporcionada pelas vozes dos intérpretes, que através da obra das três cantoras – Mercedes, Joan e Violeta- deram o recado para as mais de mil pessoas que compareceram à praça Saldanha Marinho no início da noite de quinta-feira no evento promovido pela Sedufsm.

“Gracias a la vida” abriu o espetáculo, na voz de Tiane Tambara, que foi a intérprete que deu a base do show. Depois vieram apresentações não menos espetaculares, como a da canção “Solo le pido a dios”, de Leon Gieco, na voz de Daiane Diniz; “Canción con todos”, destacando Laura Guarany, filha de um ícone da música do Rio Grande do Sul, Noel Guarany; “Volver a los 17”, que reuniu cinco músicos (Oristela Alves, Renato Mirailh, Gisele e Maninho e Janu Uberti; “Alfosina y el mar”, num dueto entre Oristela Alves e Renato Mirailh.

Ao todo foram 14 canções com direito a um bis de “Gracias a la vida” reunindo os oito intérpretes. Além de Janu Uberti (que também foi produtor), Tiane Tambara, Oristela Alves, Renato Mirailh, Laura Guarany, Daiane Diniz e Gisele e Maninho), merecem destaque também os músicos Diogo Mattos (teclado), Fabiano Ribeiro (sax e guitarra), Pedro Monti (bateria) e Daniel Fortes (contrabaixo), que foram fundamentais para a consecução do show.

Celebrar a continuação da vida

“Esse show traz para a praça a continuação da vida numa cidade como a nossa, que há pouco tempo teve todo um sentimento de tristeza, tragédia e perda de vidas”, avaliou a professora do departamento de Fundamentos da Educação da UFSM, também diretora da Sedufsm. Sobre a escolha das cantoras homenageando as mulheres, Valeska ressaltou: “Queremos lembrar que essas mulheres foram grandes lutadoras na América Latina por sociedades mais justas, mais humanas. Não lutavam só pelas causas das mulheres, mas também por todos os povos oprimidos que não tinham voz. Então, reconstituindo a vida dessas mulheres latino-americanas estamos homenageando todas as mulheres santa-marienses.”

O aspecto político e a combatividade das composições de Mercedes Sosa, Violeta Parra e Joan Baez foram, claramente, as características mais destacadas pelo público que acompanhou o evento. Vânia Pires, professora da rede estadual, não hesita em chamá-las de maravilhosas. “A importância está em levar a frente o sentimento da América Latina, principalmente a questão dos oprimidos. Num momento em que a América Latina passava por uma fase de ditadura, de limitações dos direitos políticos, elas conseguiram dar um grito de liberdade”, diz ela.

“Era difícil se manifestar, mas uma das formas de manifestação é a música”, diz Ricardo Rondinel, professor do departamento de Ciências Econômicas e ex-integrante da diretoria da Sedufsm. Ele lembra, com entusiasmo, o porquê da música das três homenageadas ser tão expressiva e ímpar. “Violeta Parra é compositora e cantora chilena. Ela surgiu nos anos 1970, na época que o Chile vivia a ditadura militar do Pinochet. E na maioria dos países da América Latina também existiam governos militares. Então, tem várias composições dela que refletiam a época desse momento. No caso da Mercedes é diferente, ela é intérprete, não compositora. Na Argentina, na época dos militares, manifestou também através da música o sentimento do povo de defender-se contra a opressão que existia naquele momento. Acho importante trazer o show para a praça, pois a obra, principalmente da Violeta, é muito pouco conhecida no Brasil”, analisa Rondinel.

Valorização de talentos locais

‘Mulheres de Luta- Gracias a La Vida’ não vem unicamente para aquecer a produção artística de Mercedes, Violeta e Joan ou para homenagear as mulheres santa-marienses, mas também para mostrar os artistas locais. Esse aspecto foi destacado pelo músico não profissional Luis Carlos, que, sentado em frente ao palco em uma cadeira de praia, acompanhado de uma senhora, falava com vivacidade. “Acho o evento sensacional. Ainda não tinha visto fazerem com tanta freqüência eventos musicais em Santa Maria. Nós [referindo-se a ele e a senhora que o acompanhava] temos vindo a praticamente todos que acontecem. Dá a chance de mostrar esses artistas santa-marienses. Essas meninas são maravilhosas e muita gente não as conhece. Eu, quando venho aqui convido amigos para virem e conhecerem”, elogia, destacando, também, que a música das três cantoras representa a luta do povo pelas melhorias. Além disso, Luis Carlos lembra como foram importantes os respingos da obra dessas três mulheres na música rio-grandense.

Quem, assim como Luis, trouxe sua cadeira para ver o show não foi embora antes que esse terminasse, por volta das 21h30. Talvez muito da atração exercida entre palco e público nessa noite tenha vindo do que Ana Maria Matiuzzi, artista plástica e cabeleireira, chamou de força e energia, dois elementos que, segundo ela, estão tão presentes na obra de Mercedes, uma das personalidades reavivadas nessa noite.

Texto: Fritz R. Nunes com a colaboração de Bruna Homrich
Fotos: Renato Seerig
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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