Dossiê do ANDES-SN mostra contradições da expansão SVG: calendario Publicada em 08/05/13 18h13m
SVG: atualizacao Atualizada em 10/05/13 14h01m
SVG: views 543 Visualizações

Revista foi lançada no dia 24 de abril, durante Marcha em Brasília

Alt da imagem
Capa da revista dossiê do ANDES-SN sobre a expansão

O ANDES-SN lançou no último dia 24 de abril, durante a Marcha em Brasília, uma revista chamada de ‘Dossiê Nacional 3’, tratando dos principais problemas surgidos com a expansão sem planejamento das instituições federais de ensino a partir da política do governo federal. Essa publicação já foi enviada às seções sindicais para conhecimento dos filiados.

Entre os dados levantados pela revista, buscados em informações oficiais do próprio Ministério da Educação, no período de 2003 a 2011 as vagas ofertadas pelas Universidades Federais cresceram 111%, em contrapartida a quantidade de novos professores aumentou apenas 44%. Para ilustrar ainda mais o dilema da falta de docentes pode-se comparar o número de professores efetivos que cresceu, no mesmo período, de 40.523 para 67.635, enquanto o número de matrículas na graduação e na pós-graduação passou de 579.719 para 941.900.

O ANDES-SN e a Sedufsm enquanto movimento docente entendem que essa expansão deveria ser feita com critérios que respeitem a autonomia das instituições, ou seja, que oportunize as mesmas uma discussão coerente, com planejamento e sem açodamentos, para poder efetivar uma ampliação da universidade com qualidade.

O Sindicato, através desta publicação, tem o objetivo de esclarecer e também denunciar as atuais condições do ensino das Universidades. A revista é uma edição especial e foi pautada pelos efeitos negativos dos programas de extensão da educação federal, bem como a insatisfação que o mesmo causou nos alunos, professores e demais integrantes das Universidades.
É fato que a Educação Superior Pública no Brasil cresceu de forma significativa nos últimos anos, porém, essa expansão, gerada por ações do Governo não atende as reais demandas, impondo ainda alguns prejuízos. A falta de professores para dar conta dessa expansão é apenas um dos problemas.

Reuni

A maior crítica está na forma como foram instaurados os programas de ampliação, sobretudo o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que culminou na maior greve do setor dos docentes – foram 124 dias em que as universidades paralisaram para que o Governo sentasse para dialogar e assim entender as insatisfações da categoria.

O Reuni foi instituído por decreto presidencial no dia 25 de abril de 2007, e nas palavras de Milena Martinez, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), “foi recebido pela comunidade acadêmica com um misto de desconfiança e indignação”.

O programa consistiu em uma expansão feita com rapidez e sem planejamento, acabou por criar novas realidades, como falta de professores para atender a demanda dos cursos novos, estes carecendo de qualidade de infraestrutura. A precarização do ensino é vislumbrada nas instalações, pois não houve comprometimento com a construção de salas de aula, laboratórios e outras condições estruturais para atender as novas demandas.

As universidades que mais sentiram os problemas foram os campi expandidos para o interior, como é o caso da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), que tem múltiplos campi espalhados pelo interior do Rio Grande do Sul. Na UFSM, os problemas maiores se dão nas extensões: no Cesnors (Frederico Westphalen e Palmeiras das Missões) é onde se localizam as principais deficiências, como falta de laboratórios e de docentes.

Uma outra realidade que dificulta muito é o afastamento de docentes dos campi universitários, que por vivenciarem as más condições de trabalho, acabam por abandonar a carreira docente ou solicitar a transferência para outros polos educacionais.

A mudança nas Universidades é vista como um enfraquecimento do padrão do ensino público e gratuito, isto porque ocasiona condutas antidemocráticas e com viés de privatização, como é o caso do FIES e Prouni, ambos financiados com dinheiro público, mas com conceitos e aplicações distintos.

O grande objetivo do ANDES-SN com esse material é mobilizar a comunidade diante dos processos da implementação dos programas de expansão e suas reais implicações. A diretoria do Sindicato Nacional declarou no editorial da revista que está buscando um conjunto de forças para exercer pressão para que o Governo cumpra a obrigação de sustentar e expandir as universidades de forma democrática, defendendo-as como um bem social.

Posicionamento dos candidatos à reitoria da UFSM

O tema da expansão das universidades também é pauta entre os candidatos à reitoria da UFSM, que participam da consulta nos próximos dias 2 e 3 de julho. Ao menos duas, das três chapas já anunciadas, fazem críticas à expansão/REUNI, conforme matéria publicada no jornal Diário de Santa Maria desta terça, 7 de maio.

O diretor do Centro de Tecnologia, Eduardo Rizzatti, candidato ao cargo junto com Thomé Lovato, ao discorrer sobre os projetos de ampliação na educação, enfatiza que houve inadequações de caráter estrutural, e ainda, que foi contra o encaminhamento de projetos de extensão sem antes sanar os problemas de infraestrutura já existentes.

Paulo Burmann, diretor do Centro de Ciências da Saúde, que concorre junto com Paulo Bayard Gonçalves, foi enfático ao se referir à situação da tríade: UFSM, Reuni e Governo. Para ele, a negociação da extensão foi feita de forma errônea e ocasionou problemas já citados referentes à infraestrutura e déficit de professores.

Das três chapas, a que mais elogios tem à expansão/Reuni, é a de Felipe Müller/ Dalvan Reinert, atuais reitor e vice da UFSM. No depoimento dado por Müller ao jornal, ele deixa claro que está seguindo a uma lógica inaugurada pelo fundador da instituição, José Mariano da Rocha Filho, de interiorizar o ensino superior do país. No entanto, ele não entra em detalhes sobre as debilidades enfrentadas na expansão nas extensões da UFSM e em outros locais do país.

Dialogando com o sindicato

Os candidatos das três chapas que concorrem à reitoria estão realizando momentos de diálogo com a direção da Sedufsm. Duas delas já estiveram no sindicato (a de Felipe e Dalvan e a de Burmann e Bayard). Nesta quinta, 9, pela manhã, é a vez da dupla Eduardo Rizzatti e Thomé Lovato.

Texto: Carina Carvalho (estagiária) com informações do ANDES-SN
Ilustração: ANDES-SN
Edição: Fritz R. Nunes (Jornalista da Sedufsm)

 

SVG: camera Galeria de fotos na notícia

Carregando...

SVG: jornal Notícias Relacionadas

Breno Altman lança livro “Contra o Sionismo” em Santa Maria

SVG: calendario 27/03/2024
SVG: tag Sedufsm
Evento promovido pela Sedufsm e Comitê Palestina Livre acontece no dia 9 de abril, no campus da UFSM

Docentes rechaçam minuta sobre grupos e espaços de pesquisa

SVG: calendario 27/03/2024
SVG: tag Sedufsm
Grupo de Trabalho Ciência e Tecnologia discutiu proposta da reunião, que tem prazo até 3 de abril para envio de contribuições

Sedufsm visita campus UFSM Cachoeira do Sul para integração com docentes

SVG: calendario 26/03/2024
SVG: tag Sedufsm
Atividade faz parte da programação de acolhimento do início do semestre letivo, e tem como objetivo conversar sobre demandas que afetam a categoria
Veja todas as notícias