Familiares de vítimas entregam pizza à CPI da Kiss SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 31/05/13 14h05m
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Fórum de acompanhamento avalia que a hora é de mobilização

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Manifestantes usaram nariz de palhaço e pizza para protestar durante CPI na Câmara

Dando prosseguimento às manifestações contra a liberação pela justiça dos quatro réus processados pelo incêndio na boate Kiss, que vitimou 242 pessoas em Santa Maria, os parentes, seja através da Associação de Familiares ou mesmo por grupos independentes como o Movimento Santa Maria do Luto à Luta, realizaram mais ações nesta sexta-feira. O palco desta sexta foi a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores. Mesmo antes do início dos depoimentos, os manifestantes se postaram na entrada do plenário com uma caixa de papelão com a inscrição “pizza”.

Ao final das oitivas da manhã, pedaços de pizzas foram entregues aos três membros da comissão: vereadores Maria de Lourdes Castro (PMDB), a presidente; Tavores (DEM), vice-presidente; Sandra Rebelato (PP), a relatora. Além da pizza, os manifestantes discursaram contra o que consideram uma postura leniente dos parlamentares na apuração das responsabilidades políticas e administrativas pela tragédia ocorrida no dia 27 de janeiro.

Para Jeferson Cavalheiro, membro da CSP-Conlutas e do Fórum de Acompanhamento das Investigações do qual também participa a Sedufsm, a mobilização dos familiares é extremamente válida e precisa ter o apoio do movimento sindical e social. “Depois das manifestações de ontem (quarta) está ficando mais claro para os familiares que não basta apenas esperar as decisões do poder Judiciário ou que institucionalmente ocorram mudanças. É fundamental a pressão da sociedade”, analisou Cavalheiro.

Já ao final dos depoimentos, o advogado da Associação, Jonas Stecca, apresentou oralmente um requerimento para que sejam convocados a depor o atual presidente da Câmara, Marcelo Zappe Bisogno, que foi secretário de Controle e Mobilidade Urbana durante o período em que a casa noturna buscava se legalizar para poder funcionar, e foi um dos indiciados pela polícia. Stecca requereu também que a CPI convoque os ex-proprietários da boate, Kiko Spohr e Mauro Hoffmann, já que os mesmos foram liberados da prisão. Essa solicitação foi reforçada pelo presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia, Adherbal Ferreira.

‘Consciência tranquila’

O depoimento mais esperado da CPI era o do ex-secretário de Controle e Mobilidade Urbana de Santa Maria, Sérgio Medeiros. Ele comandava a pasta no período em que a casa noturna foi multada e embargada por não possuir alvará de localização, entre o final de 2009 e o início de 2010. No entanto, as declarações do ex-secretário trouxeram poucas novidades. Acompanhado de um advogado, Medeiros foi enfático ao afirmar que fez tudo o que estava ao seu alcance, a partir da legislação, para evitar que a boate Kiss funcionasse irregularmente. Para o ex-chefe da pasta, os problemas estão relacionados a uma legislação ultrapassada.

Questionado sobre se sentia algum tipo de culpa pelo fato de a boate ter sido autorizada sem as condições ideais, Sérgio Medeiros respondeu que tinha a consciência tranquila. Em uma pergunta efetuada pelo líder da oposição Werner Rempel (PPL) sobre o porquê de não ter sido tomada uma medida mais dura com a boate, como por exemplo, o fechamento administrativo mediante solicitação ao Ministério Público, com apoio policial, o ex-secretário afirmou que foi uma opção de “gestão” na época.

Em relação ao fato de o prefeito Cezar Schirmer ter sido informado ou não dessa “afronta” que os proprietários realizaram ao poder público municipal, Medeiros respondeu a Rempel que as questões problemáticas só eram levadas ao prefeito em casos excepcionais, pois cabia aos secretários resolvê-las. As respostas de Sérgio Medeiros foram interrompidas várias vezes por protestos das pessoas presentes nas galerias do plenário. Ao final do depoimento, o ex-secretário foi acompanhado até um espaço contíguo ao plenário da Câmara, que se interliga com o estacionamento, pelo procurador da Câmara, que também é presidente do PMDB municipal, Robson Zinn.

Outros depoentes e nota da Câmara

Também depuseram na manhã desta sexta fiscais da prefeitura municipal que, a pedido do advogado da Associação, Jonas Stecca, havia solicitado o depoimento daqueles que atuam na região central da cidade, e a arquiteta Liese Basso, do escritório que atuou no projeto arquitetônico da Kiss.

No caso dos fiscais Ricardo Garcia, Antonio Valdemar da Silva e Elsa Maria Prola, houve pouco acréscimo de informações. O mesmo se deu em relação a arquiteta Liese Basso, que disse não ter atuado no projeto, pois este teria ficado a cargo da sócia, a também arquiteta Cristina Gorski.

Sobre um incidente entre uma servidora da Câmara e um parente de vítima da tragédia, ocorrido ainda no início da manhã, a direção do poder Legislativo divulgou nota lamentando o episódio. Conforme a nota distribuída à imprensa:

Trata-se de uma situação isolada, em que a postura de uma servidora não representa o posicionamento deste Poder Legislativo. A cópia das imagens capturadas pelas câmeras de segurança já foram solicitadas ao setor administrativo para análise e posterior providências, caso necessário. A Câmara de Vereadores se solidariza com a dor dos pais e familiares das vítimas e reitera se tratar de episódio isolado, devendo ser analisado e discutido administrativamente.

Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
 

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