BNDES pode financiar empresa em privatização portuguesa
Publicada em
10/06/13 14h55m
Atualizada em
10/06/13 14h57m
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Para professor, banco estatal tem sido uma ‘mãe’ do setor privado
O anúncio de Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sobre a possibilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar empresas brasileiras que queiram participar do programa de privatização do governo de Portugal expressa o atrelamento do órgão ao empresariado brasileiro. Para o professor do departamento de Economia da Ufsm e ex-presidente da Sedufsm, Sérgio Prieb, “o BNDES historicamente tem assumido o papel de grande mãe do setor privado, ao privatizar os lucros e socializar os prejuízos”.
A participação do Brasil no programa de privatização de companhias estatais portuguesas – que inclui os setores de aviação, saneamento, correios e portos – está na pauta da agenda oficial da presidente Dilma Rousseff em Portugal. Nesta segunda-feira, 10, ela tinha reunião marcada com o presidente de Portugal, Cavaco Silva, e também com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Para Prieb, o empresariado, no Brasil, assume um discurso liberal, a partir do qual atribui ao Estado todos os problemas do país - desde a ineficiência das empresas estatais e dos serviços públicos até corrupção e excesso de gastos. Contudo, seu caráter liberal cai por terra quando se nutre dos recursos estatais como um verdadeiro parasita, buscando ampliar seus investimentos ou transferir ao governo os prejuízos a que o setor privado está sujeito em uma sociedade concorrencial.
Segundo o próprio presidente da Câmara de Comércio Luso-Brasileira, António Bustorff, os portugueses têm interesse na compra da companhia aérea TAP por empresa sul-americana por causa das rotas entre Portugal e o Atlântico Sul. Hoje, Lisboa é a principal porta de entrada de brasileiros na Europa. Nas palavras de Fernando Pimentel, o auxílio aos empresários está assegurado: “Nós vamos assistir as empresas interessadas e vamos participar, mas primeiro tem que haver manifestação de interesse”, disse no domingo, 9, quando a comitiva brasileira, chefiada por Dilma, chegava à capital portuguesa.
“Certamente o capital privado brasileiro fará bons negócios para si comprando empresas construídas com o suor extraído por muitos anos dos trabalhadores portugueses, ainda mais que o governo brasileiro oferece linhas de crédito para os empresários brasileiros interessados em adquirir grandes e estratégicas empresas a preços baixos (se o governo português seguir o exemplo da privatização da era FHC), o risco para esses empresários será praticamente zero, pois quem arcará com o prejuízo seremos todos nós, o povo”, finaliza Prieb.
Texto: Bruna Homrich (estagiária), com informações do Jornal do Brasil
Foto: Google
Edição: Fritz Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm