Ato no Cipriano da Rocha clama contra precariedades
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23/07/13 17h48m
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Manifestação no sábado, 27, é chamada pelo ‘Bloco de Lutas’
No loteamento Cipriano da Rocha, que fica na zona oeste da cidade, no Parque Pinheiro Machado, falta linha regular de ônibus, correios, creche de educação infantil. Também, ao lado da grande maioria da população da cidade, os moradores da localidade reivindicam uma tarifa de ônibus mais acessível e a volta do passe livre. Com o objetivo, então, de unir tais reivindicações pontuais do loteamento com as movimentações gerais pelo transporte, o Bloco de Lutas de Santa Maria irá se unir em um ato com os moradores da comunidade neste sábado, 27. A concentração está marcada para as 13h, no Centro Comunitário do Cipriano da Rocha, e vem sendo construída com o apoio da associação comunitária.
No último domingo, 21, representantes do Bloco foram ao loteamento e discutiram, em conjunto com moradores e com a diretoria da associação comunitária, as demandas que se fazem presentes no cotidiano da comunidade. Morador do Cipriano há cinco anos, Nei D’Ogum enfatiza a presença expressiva de mulheres da comunidade no encontro do final de semana. “Elas estavam lá pautando o transporte regular para quem trabalha e estuda. Há cinco anos estamos tentando dialogar com a administração Schirmer. Não temos linha de ônibus regular, há a linha Parque Pinheiro Machado, que entra aqui só às 7h e às 19h. Também não temos correios ainda. Já fizemos todo trâmite burocrático e não fomos atendidos”, diz Nei.
Ele também explica que um dos grandes impasses do local é a construção de uma creche de educação infantil. “Fomos beneficiados com uma verba do Ministério da Educação. Então, a prefeitura teria apenas que dar a contrapartida e licitar, mas ainda assim a obra se arrasta há anos”, diz o morador, que lembra o dia de sua primeira participação em uma assembleia organizada pelo Bloco de Lutas. Nei D’Ogum conta que era uma sexta-feira chuvosa quando ele apresentou as demandas da comunidade e defendeu que havia pautas em comum a serem abraçadas.
“As pautas gerais são as mesmas do Bloco de Lutas: passe livre e redução da tarifa de ônibus, que hoje é abusiva. Estamos tentando sensibilizar as comunidades vizinhas – Santa Maria, Tancredo Neves, Canaã -, que também têm seus problemas, para que se juntem a nós”, ressalta.
Uma nova reunião entre o Bloco e os moradores acontece nesta quinta, 25, às 18h, na sede da associação comunitária.
Bloco de Lutas na Marcha das Vadias
No último sábado, 2, o Bloco de Lutas também integrou a Marcha das Vadias em Santa Maria. Cerca de 300 pessoas participaram da manifestação, que, na avaliação da jornalista e integrante do coletivo Marcha das Vadias, Nathália Drey Costa, foi positiva. “Apesar de o tempo não ter colaborado muito – tinha chuva e frio – foram muitas pessoas. Manteve a trajetória de discutir a questão da violência e ter um dia de visibilidade para isso. O importante agora é dar continuidade a esse trabalho, diversificando mais a organização feminista em Santa Maria, deixando mais plural”, avalia Nathália.
Essa foi a segunda edição da Marcha das Vadias na cidade. Desde junho de 2012, quando do primeiro ato, as meninas vêm se organizando em um coletivo e fomentando debates sobre violência de gênero – física e psíquica -, direito ao corpo, autonomia e liberdade para as mulheres.
Texto: Bruna Homrich (estagiária)
Imagem e foto: Facebook e Nathália Schneider
Edição: Fritz R. Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm