Professores estaduais decidem suspender a greve
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Atualizada em
17/09/13 11h32m
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Categoria seguirá mobilizada para negociar com o Governo
Na tarde da última sexta-feira (13), professores, funcionários e demais envolvidos na greve do magistério, reuniram-se em Porto Alegre, em assembleia geral organizada pelo Cpers Sindicato, para avaliar o andamento das tentativas de negociação com o governador do Estado, Tarso Genro. Além disso, a assembleia tinha o objetivo de votar pela suspensão ou não da greve. Na ocasião, a maioria dos presentes decidiu voltar com as atividades escolares.
Mesmo sem obter uma resposta favorável por parte do governo Estadual, os professores da rede pública de ensino decidiram suspender a paralisação iniciada em 23 de agosto. A interrupção da greve do magistério não significou, contudo, o fim da mobilização da categoria. Segundo a presidente do Cpers, Rejane Silva de Oliveira, o sindicato continuará na luta em defesa do pagamento do piso salarial, principal pauta de reivindicação dos professores. “Vamos continuar lutando, seremos incansáveis na busca por avançar nos direitos da categoria”, destaca Rejane.
Nesse sentido, a assembleia geral também aprovou os próximos passos das mobilizações, entre eles, por exemplo, a necessidade de fazer um balanço de toda a greve no Estado. Sobre a adesão das escolas, Rejane destaca que alguns núcleos do sindicato conseguiram altos percentuais de participação, como Pelotas, São Leopoldo, Osório, Rio Grande e Santa Cruz. “Ainda estamos fazendo um balanço do número total das escolas que estiveram envolvidas na greve”, comenta Rejane.
Greve unificou comunidade escolar
O maior destaque da greve, na opinião de Rejane, está atrelado à participação dos estudantes e da comunidade. “Não ganhamos no sentido da pauta, mas avançamos na consciência da sociedade que entendeu a luta dos professores. A greve polarizou o debate, seja do pagamento do piso ou da reforma escolar do ensino médio. Os alunos caminharam junto com os professores, principalmente porque não aceitaram esta reforma. O elemento importante da greve está na consciência daqueles que lutam e daqueles que apoiam a luta”, avalia a presidente do Cpers.
A dirigente do sindicato dos professores, ainda fez uma crítica ao governador Tarso Genro (PT), enfatizando que este movimento grevista denunciou o descaso do chefe do Executivo com a educação. “A greve mostrou a cara de um governo que mentia para a sociedade que iria pagar o piso dos professores. Porém, até agora não pagou, e não tem intenção de pagar”, declara Rejane. Outra queixa refere-se às negociações entre o Cpers e o Governo, que de acordo com Rejane, são tendenciosas, já que são feitas de forma unilateral. “Foi uma greve feita na coragem e na dignidade da categoria, porque já iniciamos com ameaças no corte do ponto. Foi um ato de coragem. E pela primeira vez, foi uma greve que teve o completo apoio da comunidade escolar”, ressaltou a presidente do Cpers.
A próxima tentativa de diálogo está marcada para o dia 23 de setembro. Na data, questões relacionadas ao vale alimentação serão debatidas. Além desta reunião, os núcleos do Cpers realizarão encontros para deliberar o andamento das atividades de mobilização.
Texto: Carina Carvalho (estagiária)
Foto: Cpers
Edição: Rafael Balbueno (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm