Sedufsm reforça posição contrária à Ebserh em debate SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 23/10/13 12h27m
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Empresa não remenda situação dos HU’s, diz Rondon

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No fim da tarde desta terça-feira, 22, um debate sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) reuniu, na mesma mesa, o presidente da Sedufsm e diretor do ANDES-SN, Rondon de Castro, a diretora de Enfermagem do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), Soeli Guerra, e o estudante de medicina, Tiago Gabatz. A atividade, que ocorreu no auditório Gulerpe, reuniu representantes de estudantes e técnico-administrativos em educação (TAEs).

Rondon de Castro citou os resultados obtidos no plebiscito nacional sobre a Ebserh, realizado em abril deste ano, em que a própria população rechaçou veementemente a Empresa: 96% dos consultados disseram ‘não’ à sua instalação nos hospitais universitários [HU’s]. Há precarização das condições de trabalho e atendimento no Husm, diz Rondon, mas tal situação foi alimentada pelo mesmo governo que hoje tenta justificar a Ebserh como o único caminho para garantir investimento e salvar os hospitais.

Ele explica que o caráter 100% SUS não será mantido com a vinda da Ebserh, já que haverá captação de recursos pela iniciativa privada, o que transformará o Husm num hospital dupla porta: por uma entram os usuários do SUS; por outra, os beneficiários de planos privados. “Estão querendo que a gente assuma uma responsabilidade que o governo não assumiu até agora. Já tiraram recurso da saúde há muito tempo. A solução não passa pela Ebserh, essa não remenda, mas piora, porque entrega a responsabilidade aos tubarões da saúde”, opina, explicando, ainda, que defender o Husm é defender o patrimônio público, conquista do povo brasileiro.

Com a defesa de que é necessário analisar a questão do hospital sob o ponto de vista do usuário – mas desconsiderando a resposta negativa dada pela população no plebiscito-, Soeli se posiciona favorável a uma solução rápida e de curto prazo, pois, caso contrário, o Husm teria de se readequar à sua realidade, e isso incluiria, por exemplo, a redução do atendimento. A diretora diz que o hospital vem sofrendo precarização de seu trabalho há quase uma década, fato que levou os responsáveis por alternativas – como os órgãos do governo – a se debruçarem para tentar resolver a situação. Não entendendo a Ebserh já como uma forma de privatização, Soeli diz que, caso não se encontre solução imediata, o Husm seria credenciado na iniciativa privada e, aí sim, haveria privatização. “A gestão vem trabalhando de forma muito criativa para fazer esse hospital funcionar. É preciso que se ache uma solução urgente para manter os serviços e fortalecer o hospital”, opina a enfermeira.

A saúde é cara

O representante do Diretório Acadêmico de Medicina da Ufsm, Tiago Gabatz, resgatou alguns documentos importantes para o entendimento dos reais objetivos da Ebserh. Em 2001, explica o estudante, um sujeito chamado André Medici, do BIRD [Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento], estudou a fundo um documento elaborado pela OMS [Organização Mundial de Saúde] no ano de 1995. Do estudo resultou a seguinte conclusão: os hospitais universitários são caros. Gabatz diz que essa é uma conclusão óbvia, tendo em vista a alta tecnologia empregada em pesquisas e tratamentos de grande complexidade. Porém, Medici estava interessado em reduzir os custos, tornando a saúde o mais barata possível.

De seu estudo, outro apontamento: o que torna os HU’s tão caros são as práticas de ensino e pesquisa neles realizados. A resolução do problema, então, residiria na alteração desses aspectos. O estudante explica que, para Medici, os hospitais universitários eram dispensáveis para o ensino. Já sobre a pesquisa, avaliava que era desnecessário seu desenvolvimento no seio das universidades, uma vez que as indústrias farmacêutica e hospitalar já pesquisam. O economista propunha uma saída para sanar esse problema: parceria entre HU’s e empresas.

Tal como o problema propagandeado pelo governo brasileiro, que justificaria a implementação da Ebserh, Medici analisava que os hospitais universitários vinham tendo problemas de gerenciamento. Logo, necessitariam ser geridos não somente pelo Estado, mas pelo mercado. O processo, dizia o representante do Bird, para efetivar essas mudanças de gerência nos hospitais, seria longo.

Inconstitucionalidade

Loiva Chansis, técnica-administrativa em educação da Assufsm, acredita que a Ebserh foi pensada dentro de uma política neoliberal e privatizante. Ela questiona a constitucionalidade da Empresa principalmente sob o viés do Regime Jurídico Único [RJU]. “Como posso pegar trabalhadores do RJU e entregar para um ente privado?”, questiona Loiva.

Para Alcir Martins, coordenador da Assufsm, o debate sobre Ebserh e saúde pública é ideológico. Lembrando a ação, que caracterizou como corajosa e acertada, dos movimentos sindical e estudantil de não permitirem que a Empresa fosse votada no último Consu [Conselho Universitário], Martins avalia que está em curso o estrangulamento da saúde pública.

Texto e fotos: Bruna Homrich (estagiária)
Edição: Fritz Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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