Sindicatos da CUT enfrentam governo federal
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Atualizada em
06/10/11 16h37m
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Aeroportuários, petroleiros e correios são alguns exemplos
Na medida em que algumas políticas do governo Dilma Rousseff contrariam o discurso de campanha, alguns sindicatos de base cutista, que na teoria seriam aliados do governo, se insurgem. Um dos exemplos é a mudança na estrutura dos Correios, através da MP 532, considerado como um processo de privatização branda até mesmo pela entidade que representa os trabalhadores da empresa, a Fentect, filiada à CUT. O outro exemplo é o dos sindicatos vinculados aos trabalhadores de aeroportos, que passam por um processo de privatização.
No caso dos Correios, a aprovação da MP 532, aliado a uma campanha salarial que não foi atendida pelo governo, levou a uma das greves mais longas dos oito anos de governo Lula e dos primeiros seis meses de governo Dilma. Irritados com a greve, ministro das Comunicações e direção da ECT não tiveram dúvida em achincalhar o movimento e mandar cortar o ponto. Mesmo com a tentativa de conciliação, por parte do Tribunal Superior do Trabalho (TST), as bases rejeitaram a proposta e mantiveram a greve, que já ultrapassou três semanas.
Já no caso da privatização dos aeroportos, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) convocou para esta sexta, 7, juntamente com os sindicatos de aeroviários e aeroportuários, um ato contra a medida, em Guarulhos (SP). Nessa atividade, a CUT informa que reunirá pelo menos 600 pessoas para protestar contra a entrega dos aeroportos ao setor privado, sendo que Guarulhos é um dos que será vendido, juntamente com Viracopos, em Campinas (SP) e o JK, em Brasília. No mês de julho, o governo abriu licitação para a privatização do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.
Petroleiros
Os trabalhadores do setor petrolífero também ameaçam uma greve para o dia 19 de outubro. Os petroleiros fazem parte da FUP (Federação Única dos Petroleiros), entidade também filiada à CUT. A FUP e seus 12 sindicatos filiados vão realizar no dia 11 um seminário para traçar estratégias de controle e parada de produção nas unidades da Petrobras.
Em nota, a Federação informou que os sindicatos iniciam um calendário de assembleias nas bases operacionais e administrativas para que os petroleiros se posicionem sobre a decretação de estado de greve e a realização de uma mobilização nacional no dia 19. A última grande greve da categoria petroleira foi em 1995, no início do mandato de FHC, quando o movimento foi destroçado pelo governo, que chegou a colocar o Exército nas refinarias que enfrentavam a paralisação dos trabalhadores.
A FUP informou que, após três rodadas de negociação com a Petrobras, desde 19 de setembro, os petroleiros ainda não receberam uma contraproposta da empresa. "A pauta da categoria foi apresentada no dia primeiro de setembro e até agora a Petrobras só concordou em antecipar a inflação dos últimos 12 meses (7,23%)", diz a nota da entidade, acrescentando que os trabalhadores reivindicam 10% de ganho real, condições dignas de saúde e segurança, aumento de efetivos, melhoria nos benefícios, igualdade de direitos para combater a precarização do trabalho terceirizado e fim das práticas antissindicais.
Texto: Fritz R. Nunes com informações da Fentect; Site UOL; CUT e Site Vermelho
Fotos: Estadão e Maiquel Rosauro (Sindicato dos Bancários); Aeroporto de Guarulhos blogspot
Assessoria de Impr. da SEDUFSM