Servidor Público prevê greve para ano eleitoral
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Atualizada em
14/01/14 16h52m
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Perdas salariais motivam enfrentamento com o Governo
O funcionalismo público projeta pressionar o governo ao longo deste ano e também em 2015. O político eleito para presidir o Brasil enfrentará servidores federais incomodados com a perda de renda imposta por um acordo assinado ainda em 2012. Até o próximo ano, os trabalhadores terão recebido 15,8% de aumento salarial desde que o compromisso foi firmado.
Contudo, diante de uma inflação elevada, o valor dado pelo governo se mostrou insuficiente para vencer a carestia. Em vez de ganho real, os servidores amargarão, ao fim do período, perda de 2,1%. A resposta para o prejuízo, segundo os sindicalistas, ocorrerá nas ruas.
Tendo protagonizado, em 2012, uma das maiores greves da história, muitas categorias de Servidores Públicos Federais mostram-se insatisfeitas com o acordo que previa um reajuste linear de 15,8%, dividido em três anos, entre 2013 e 2015, entretanto, vem acontecendo resistência do governo em cumpri-lo. Representantes das categorias prejudicadas pretendem dar, já neste ano, uma primeira mostra do que está por vir caso não sejam atendidos e, os danos inflacionários, corrigidos.
Em pleno ano eleitoral, podem realizar uma paralisação geral dos serviços públicos, o que significaria o rompimento do acordo firmado em 2012, quando ficou acertado que não haveria greve até o vencimento do combinado. A greve deve coincidir com as manifestações programadas durante a Copa do Mundo, fato que resultará em problemas quando 2015 chegar.
O próximo presidente terá a missão de negociar com os trabalhadores durante seu primeiro ano de mandato, um período que, no entender dos especialistas, exigirá um forte ajuste nas contas públicas. Depois de anos de gastos elevados com a justificativa de estimular a atividade e impedir que a crise se instalasse no Brasil, a fatura chegou.
O governo perdeu margem de manobra e tem pouco ou nenhum espaço fiscal para dar benesses ao funcionalismo. Fazer convergir a vontade dos servidores com as necessidades do Tesouro Nacional será um desafio. "A racionalidade saiu do campo econômico. A decisão será política. Mesmo sem espaço para elevar as despesas, são grandes as chances de o próximo comandante do país conceder novo aumento para o funcionalismo", argumenta o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central.
Para a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), além da perda para a inflação, de promessas não cumpridas, como a adoção de planos de carreira e a regulamentação de benefícios, o diretor da entidade, Sérgio da Silva afirma que: "são vários os acordos assinados que não foram cumpridos pelo governo". Ele ainda garante que, até o fim de janeiro, serão dados os primeiros passos no sentido de mobilizar os trabalhadores. "Independentemente de Copa do Mundo e de eleições, já avisamos ao governo que o enfrentamento vai ocorrer", adianta o sindicalista que também relata que mesmo com o discurso de dificuldade fiscal, os servidores irão às ruas em 2015.
Marcha a Brasília e campanha salarial
O lançamento da campanha salarial unificada de 2014 será marcado por atos simultâneos nos estados, no dia 22 de janeiro, e por uma manifestação em Brasília, em 5 de fevereiro, data da primeira marcha nacional do funcionalismo à capital federal. O intuito das categorias é de levar a campanha para as ruas já nos primeiros dias do novo ano, que, segundo as previsões políticas, será ‘curto’ em decorrência da Copa do Mundo e das eleições presidenciais. Sendo assim, na análise dos servidores, será necessário pressionar o governo a iniciar logo as negociações, a fim de se fugir do risco de serem atropelados pelo calendário festivo e eleitoral.
Texto: Carina Carvalho (Estagiária) com informações do Correio Braziliense/Wagner Advogados Associados
Foto: Condsef
Edição: Ana Paula Nogueira (Jornalista Interina)
Assessoria de Imprensa da Sedusfm