Caminhada denuncia mazelas da ‘oligarquia’ Sarney SVG: calendario Publicada em 14/02/14 01h20m
SVG: atualizacao Atualizada em 14/02/14 01h53m
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Ato com cerca de 500 pessoas mobiliza ruas do centro de São Luís

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Uma mobilização que reuniu cerca de 500 pessoas, boa parte delas professores que participam do 33º Congresso do ANDES-SN, chamou a atenção dos moradores de São Luís (MA). Chamado pela CSP-Conlutas e por uma série de outros sindicatos e movimentos sociais, o ato desta quinta, 13, tinha por objetivo denunciar as mazelas geradas por um domínio político da família Sarney no estado que já dura cerca de 50 anos.

Os manifestantes se reuniram a partir das 17h, na praça Deodoro, centro comercial da capital maranhense. Por volta de 19h, após uma pequena garoa, com faixas e cartazes e ao som de palavras de ordem como “Pra libertar, o Maranhão, pega Sarney e coloca num camburão”, os manifestantes se dirigiram em caminhada até o Palácio dos Leões, no centro histórico da cidade, que é sede do governo estadual, atualmente comandado por Roseana Sarney, filha de José Sarney.

Para o dirigente da CSP-Conlutas, Saulo Arcângelo, que usou o microfone antes do início da caminhada, era preciso denunciar o que vem acontecendo no Maranhão, onde, segundo ele, 60% da população vivem em situação de pobreza. Além da precariedade na saúde, o sindicalista destacou os problemas do ensino. Segundo ele, 20% da população maranhense é formada por analfabetos, mas existem outros 30% que seriam analfabetos funcionais, ou seja, sabem ler e escrever, mas não conseguem interpretar o que leem. Enquanto isso, destacou o sindicalista, e boa parte dos que se pronunciaram, o governo do estado fica se preocupando em fazer licitação para adquirir fornecedores de produtos como lagosta e camarão.

Participante do ato, a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, se pronunciou em dois momentos. O primeiro, ainda durante a caminhada, e o segundo, já em frente à sede do governo estadual, onde os manifestantes foram recebidos por um forte esquema de segurança. Marinalva enfatizou que docentes de todo o país estão reunidos em São Luís justamente para alinhavar ações políticas que objetivem cobrar dos governos a responsabilidade pelo financiamento de setores essenciais como saúde e educação, que se encontram secundarizados devido aos gastos com megaeventos e também pelo pagamento da dívida pública. Dessa forma, o ANDES-SN se integrava ao protesto por solidariedade à luta do povo maranhense.

Assassinato e impunidade

Um dos momentos mais fortes do protesto foi durante a fala de Zilmar Pinto Mendes, uma integrante do movimento Quilombola. Ela denunciou o fato que é conhecido em São Luís, mas certamente pouco conhecido para o restante do país: a impunidade no caso do assassinato de seu tio, Flaviano Pinto Neto, que era uma liderança do Quilombo do Charco, que fica no município de São Vicente Ferrer, conhecido por se localizar na denominada Baixada Maranhense.

Flaviano foi assassinado em 2010, com sete tiros na cabeça, e sua morte está vinculada ao fato de ser um lutador pela demarcação de terras quilombolas na região, o que incomodava a interesses de poderosos proprietários de terra da região. Para Zilmar, os verdadeiros responsáveis estão no governo do estado e em outros poderes públicos que, além de não primarem pela punição dos criminosos, protegem aqueles que são os maiores interessados na morte dessas  lideranças. Mas Flaviano não é o único caso de liderança perseguida no maranhão. Uma matéria da revista ‘Caros Amigos’, de agosto de 2011, mostrava que outros líderes quilombolas estavam numa lista de marcados para morrer, e alguns deles, viviam sob a proteção da Força Nacional. Leia aqui a matéria.

Em novembro de 2010, o site ‘Justiça Global’ publicou um tocante artigo de Luís Pedrosa, advogado maranhense, que também possui um blog, sobre a morte de Flaviano Neto, o líder quilombola. Vale a pena conferir: leia aqui.

O ato desta quinta encerrou por volta de 21h, após discursos de uma série de discursos em frente ao Palácio dos Leões e a certeza, a partir das manifestações que, como toda a oligarquia, a da família Sarney um dia também cairá.

Os organizadores da manifestação foram as seguintes entidades:

- CSP-Conlutas, Sinasefe Maranhão (Campus Monte Castelo), Apruma (Sindicato dos Docentes da UFMa), Anel, Quilombo ‘Raça e Classe’, DCE da UFMa, Sintrajufe, Setoria dos professores da CSP-Conlutas, Quilombo Urbano (Movimento Hip Hop), Luta Popular, PSTU, entre outros.

Texto e fotos: Fritz R. Nunes

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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