Estudantes ocupam reitoria da Unipampa em Bagé SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 19/02/14 18h45m
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Movimento pressiona por melhor estrutura na universidade

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Desde a última segunda-feira, 17, os estudantes do campus Bagé da Unipampa estão ocupando a reitoria da instituição. Dentre as razões que motivam o movimento estão, principalmente, demandas estruturais no campus. Além disso, os manifestantes pressionam também por questões mais gerais de toda universidade, como a paridade nas decisões do Conselho Universitário.

A estudante do campus Bagé e integrante da ocupação, Camila Soares, diz que a entrega do campus completo está com cinco anos de atraso. “São pautas recorrentes. Os primeiros alunos que entraram na universidade já lutaram por estas. Não é a primeira vez que o movimento questiona a reitoria sobre os problemas estruturais e a resposta é sempre a mesma”, explica.

Os problemas apontados pelos estudantes compõem uma pauta de cinco pontos centrais da ocupação: abastecimento de água no campus; reforma elétrica; ativação do Restaurante Universitário e da cantina; manutenção das áreas internas e construção de espaços de convivência.

A universidade não possui uma estrutura que possibilite o abastecimento de água para todos os prédios, de forma que há blocos inteiros sem água, e, nos que têm acesso ao recurso, os bebedouros não fazem a filtragem. Sobre a necessidade de uma reforma elétrica, Camila esclarece que o campus, hoje, não tem como suportar a utilização concomitante de equipamentos laboratoriais, elevadores e ar-condicionado. Todas as salas de aula possuem ar-condicionado, entretanto, não podem estar em funcionamento porque a rede elétrica não comporta todo o uso de energia necessário. Isso se constitui num problema, diz a estudante, especialmente por Bagé estar numa zona de fronteira e ter invernos muito rigorosos e verões muito quentes. Para suportar o calor, alguns estudantes vêm levando ventiladores para as salas de aula.

No campus de Bagé, os alunos ainda não podem fazer as refeições no Restaurante Universitário ou na cantina. A questão do abastecimento de água surge mais uma vez como um problema, visto que o prédio do restaurante não possui os encanamentos necessários à chegada de água. Logo, não pode estar aberto. Camila diz que a justificativa usada pela reitoria é o fato de já terem sido abertas várias licitações, mas as empresas não quiseram assumir a gestão do restaurante.

Sobre a manutenção de áreas internas, a estudante conta que, como os trabalhadores terceirizados do campus não são contratados para realizar atividades de manutenção como o corte de gramas, toda vez que surge uma necessidade desse tipo é preciso abrir uma licitação para que o trabalho possa ser feito. Outra carência dos estudantes são espaços de convivência. Não há, no planejamento do campus, reserva de espaços para convivência e estudo dos estudantes, de forma que o único lugar atualmente utilizado para este fim é a biblioteca. Contudo, esta não é suficiente para abarcar os alunos do campus.

Expansão universitária

Para o professor da Unipampa e 2º Vice-presidente da Regional RS do ANDES-SN, Daniel Nedel, é preciso entender o movimento da Unipampa num contexto mais geral. “Isso nos mostra que o processo de expansão universitária, da forma como foi feito, não se sustenta. Não se sustenta porque as condições que se exigem do corpo docente e dos estudantes estão fora do que imaginamos ser a atividade acadêmica da universidade. A Unipampa não tem restaurante universitário e moradia estudantil. É falácia dizer que o projeto é de inclusão, porque os alunos não conseguem se manter na universidade. No campus Bagé sequer tem lugar para os alunos fazerem alimentação. O processo como um todo não se mantém”, avalia o docente, que tentou sintetizar o processo da expansão universitária em curtas palavras que remetem a um famoso escritor latino-americano: “É a crônica de uma morte anunciada”, diz Nedel.

Manifesto à Reitoria

A estudante Camila Soares também relata que, ainda na primeira manhã de ocupação, os estudantes escreveram um manifesto do movimento. O documento, que continha as reivindicações, foi entregue ao vice-reitor e enviado aos Diretórios Acadêmicos da universidade. A administração central do campus, contudo, ainda não se manifestou de forma oficial. Os únicos ensaios de diálogos feitos pelos representantes da reitoria vieram por meio de conversas informais. “Mas o movimento estudantil decidiu só se manifestar mediante questionamentos oficiais”, garante a estudante.

Um abaixo-assinado está passando pelo campus de Bagé e, nesta sexta-feira, 21, os manifestantes irão entregar o resultado à reitoria. “Decidimos ocupar por mudanças, melhorias, educação de qualidade. Esperamos que eles se pronunciem”, conclui Camila. Para explicar os motivos da ocupação foi realizado um vídeo, que pode ser acessado aqui.

Na ocupação, todos os estudantes tentam manter as atividades acadêmicas de forma constante. Há assembleias diárias, espaços de estudo e atividades culturais. Contudo, na tarde desta quarta-feira, o sinal de Internet da reitoria foi cortado.

 

Texto: Bruna Homrich

Fotos: ANDES-SN

Edição: Fritz R. Nunes

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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