PM reprime ato contra aumento da passagem
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Atualizada em
21/02/14 01h04m
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Saldo é de cerca de uma dezena de feridos e dois detidos em Santa Maria
Mais de uma dezena de manifestantes ficaram feridos devido à repressão violenta da Brigada Militar durante protesto nesta tarde de quinta-feira, 20, em Santa Maria. Uma atividade que tinha como objetivo denunciar o novo aumento de passagem aprovado pelo Conselho Municipal de Transportes (CMT) e decretado pelo prefeito Cezar Schirmer teve seu fim antecipado em decorrência das bombas de efeito moral, balas de borracha e cassetetes utilizados pelos policiais. Duas pessoas foram detidas, sendo uma delas menor de idade. Um ato de pichação foi o motivo alegado por um policial militar à assessoria de imprensa da Sedufsm para que ocorresse a prisão do menor.
Segundo o integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Gabriel Porto Dutra, que estava acompanhando o protesto, os manifestantes seriam liberados ainda nesta quinta, porém, terão de pagar posteriormente um valor estipulado pelo Ministério Público, num processo intitulado transação penal. Apesar de ainda ter de conversar com o presidente e os demais membros da Comissão para acertar alguma ação, Dutra diz que provavelmente será encaminhado um relatório sobre o ocorrido hoje à OAB, de forma que também possam se ter informações quanto a não identificação de policiais, ao uso da força e ao armamento utilizado.
Dentre os feridos está Jandira Ávila, mãe de uma das 242 vítimas do incêndio na boate Kiss. Ela participava do protesto e tentou defender um dos manifestantes que estava sendo agredido e preso pela Brigada. Ao conversar com uma integrante do Movimento Santa Maria Luto à Luta, a assessoria foi informada de que a mãe levou um empurrão de uma PM. Com isso, caiu no chão, bateu a cabeça e desmaiou. Sem se mexer, Jandira esperou por alguns minutos a chegada do SAMU. Ela foi levada para o Pronto Atendimento (PA) do Patronato, com ferimento na cabeça e dores na região, mas seu quadro não era grave. Segundo informações do PA, ela ficará em observação na unidade por mais seis horas.
O defensor público Andrey Melo acompanhou os manifestantes feridos que foram registrar boletim de ocorrência na delegacia de polícia. Ele diz que um dos detidos tem lesão aparente, enquanto outro se queixa de ter sofrido agressões e sentir dores no local. Mais de dez pessoas foram registrar ocorrência. Nesta sexta-feira, 21, os feridos do protesto terão uma reunião, às 13h30, na defensoria pública. Melo explica que será feita reprodução dos documentos de prontuário médico que forem levados, bem como uma coleta de declaração das vítimas. “Não descartamos encaminhamento à corregedoria da Brigada Militar”, garante.
P.S. A diretoria da Sedufsm lamenta profundamente o uso da força contra uma manifestação legítima e divulgará uma nota de repúdio nesta sexta-feira.
Texto: Bruna Homrich
Fotos:Bruna Homrich e Ivan Lautert
Edição: Fritz R. Nunes
Assessoria de Imprensa da Sedufsm