Uma noite latino-americana na praça SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 27/03/14 23h36m
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Cultura na Sedufsm desta quarta, 26, exaltou mulheres através de canções latinas

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Todos no palco para a despedida que foi em ritmo de "Maria, Maria"

A noite já cobria a praça Saldanha Marinho quando Rondon de Castro, presidente da Sedufsm, subiu ao palco para exaltar o que enfatizou como o último show musical de sua gestão (que encerra no início de junho), e que foi usado para celebrar a luta das mulheres. Foi o sinal para que iniciasse o show “Canta América, canta!”, que levou mais de mil pessoas à Saldanha Marinho nesta quarta, 26. A abertura foi com o “canto das três raças”, celebrando as mulheres brancas, negras e indígenas, na voz de Gisele Guimarães.

Ao longo de quase duas horas, o palco montado na praça serviu para o desfile de inúmeros cantores, que sob a batuta de Janu Uberti, apresentaram canções que retratam a luta de mulheres, homens, jovens, em todo o continente americano. “Me gustan los estudiantes”, de Violeta Parra, e interpretado por Oristela Alves, trouxe ao palco a luta estudantil que sempre esteve presente em todos os países, na luta por democracia e justiça social.

A ginga e a batida brasileira com sotaque latino foram ressaltados por Renato Mirailh em “Andança” e “Soy loco por ti América”, enquanto a mulher libertária, que enfrenta os preconceitos, foi descrita por Paola Matos, na balada roqueira de Rita Lee, sucesso na voz de Maria Rita.

No total foram 16 músicas, incluindo ‘Blowin in the Wind” da dupla Bob Dylan/Joan Baez, ‘Don’t cry for me Argentina” e “Gracias a la vida”, com interpretações de Tiane Tâmbara. Na cena do show, as presenças fundamentais de Laura Guarany e Maninho Pinheiro nos vocais, com o apoio constante de Janu Uberti, que se uniu aos demais em canções como “Volver a los 17”, eternizada na voz de Mercedes Sosa. A banda, que além dos cantores, foi o sustentáculo do show, teve a participação de Fabiano Ribeiro, Pedro Monti, Daniel Fortes e Diogo Matos.

O momento especial do show foi quando adentrou ao palco Ricardo Rondinel, professor do departamento de Ciências Econômicas da UFSM, que teve apoio da Sedufsm para levar ao público sua paixão pela música. Ao lado de seu professor de música, Rafael Conrado, Rondinel interpretou “Orelhano” e “América Latina”, fazendo questão de homenagear um dos compositores desta segunda música, o professor Humberto Gabbi Zanatta, que foi chamado ao palco. Rondinel fez a tradução desta música para o espanhol e pretende divulgá-la em países vizinhos, como é o caso do Peru, sua terra natal.

Além de professores vinculados à Sedufsm, estudantes e professores lotados em escolas estaduais (Olavo Bilac e Cícero Barreto), dirigentes de outros sindicatos, militantes do Bloco de Lutas, a praça Saldanha Marinho também contou com a presença de familiares de vítimas e de sobrevivente da boate Kiss, como é o caso de integrantes do Movimento Santa Maria do Luto à Luta, além de populares em geral. Confira abaixo algumas opiniões sobre o show.

Educadores na praça

O ‘Canta América, Canta!’ também ajudou a ressignificar a luta das mulheres e o próprio ofício de ensinar. Foi o que disse Flavia Prado, professora de Matemática da turma de Educação para Jovens e Adultos (EJA) - Ensino Médio, Instituto de Educação Olavo Bilac. Ela, ao lado de outras educadoras, levou 10 turmas do colégio para a Praça. “A cada semestre, partindo dos interesses dos nossos alunos, damos enfoque no nosso trabalho em um assunto – meio ambiente, drogas, violência. E do ano passado para cá tem predominado questões voltadas a valores. Esse ano a nossa escola, a Olavo Bilac, tem como tema geral o cuidado com a vida”, explica Flavia.

E o cuidado com a vida, pensa a professora, também está relacionado à luta das mulheres. “Nós também damos importância para essa luta no nosso trabalho. Pedimos que trouxessem materiais para anotações. Não é apenas uma vinda aqui, a partir do show estaremos, na semana que vem, apresentando uma atividade que eles [alunos] terão que fazer baseada no que presenciaram aqui”, salienta.

Glaucia Konrad, professora do departamento de Documentação da Ufsm, acredita que o show desta quarta foi mais um exemplo do engajamento da seção sindical. “As iniciativas do sindicato estão sempre buscando grandes questões e essa, para as mulheres, é algo que faz parte da política do sindicato, as lutas das mulheres, as lutas dos movimentos”, pontua a docente.

As músicas latino-americanas que tomaram conta da Praça atraíram grande número de pessoas. Muitas levaram seus filhos e familiares, é o caso de Vânia Miolo. Ela, que já acompanhou outros shows promovidos pelo sindicato, considera importante a ação de levar a música para um espaço público. “Homenagem à mulher sem dúvida, merecemos sempre. E acho que o show foi muito bom, relembrei dos meus shows com Mercedes Sosa e outros cantores de tempos passados. Acho muito válido e adorei estar aqui. Adoramos, eu e a minha filha”, destaca Vânia.

Para Joana Ribas, que acompanhou todo o evento de um degrau na Praça, o show foi maravilhoso, sendo uma iniciativa importante de ser feita mais vezes na cidade. “Isso é o que nós precisamos, agradeço de coração o que o sindicato fez. Parabéns. Acho ótimo, não que seja só um mês da mulher, a mulher é todos os dias. E é isso que nossos jovens precisam. É preciso fazer no centro, nos bairros, em todos os lugares de Santa Maria. Não só em Santa Maria, eu gostaria muito que fizessem em minha cidade, sou de Itaara”, ressalta.

 

Texto: Fritz R. Nunes e Bruna Homrich

Fotos: Renato Seerig

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

 

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