Servidores do Executivo podem protestar na Copa
Publicada em
Atualizada em
14/04/14 13h52m
549 Visualizações
Categorias criticam falta de diálogo de Dilma e perdas salariais
Servidores do Poder Executivo já antecipam a possibilidade de protestos durante a Copa do Mundo. Isso se deve ao rompimento do diálogo e à política salarial restritiva da presidente Dilma Rousseff, que gerou insatisfação nessas categorias. Alguns dados, divulgados pelos trabalhadores, comprovam queda significativa no poder aquisitivo. Segundo a União das Carreiras de Estado (UCE), que representa 21 entidades, até julho deste ano o impacto da inflação no bolso dos servidores chegará a 26,7%.
A UCE utiliza o ‘Corrosômetro’, um índice de aferição da perda inflacionária sobre a remuneração dos servidores públicos, apurado pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal). Como parâmetro, o ‘Corrosômetro’ utiliza o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPC-A) real até fevereiro - estimado em 6,1% para o ano de 2014 -, já descontadas as duas parcelas de 5% do acordo salarial de 15,8%, concedidas em janeiro de 2013 e 2014. A terceira será acrescida ao salário no primeiro mês de 2015. Para os servidores, o risco de esse fosso se alargar é alto, devido ao calendário político: grandes eventos (Copa e eleições) em 2014 e previsão de restrição fiscal, em 2015, primeiro ano do próximo governo, o que pode prejudicar as negociações salariais no futuro próximo. Outro item da pauta de reivindicações são os benefícios, congelados desde julho de 2009. O governo também é acusado de negligenciar compromisso internacional, por não ter regulamentado a Convenção 151 da OIT, que garante direito à negociação coletiva, ampla liberdade de organização sindical e greve no serviço público.
“Os ganhos que tivemos no governo Lula estão todos sendo perdidos. A presidente Dilma está conseguindo acabar com tudo”, reclamou Ayrton Eduardo de Castro Bastos, primeiro vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco).
“Nossa pauta é econômica. Mas é importante destacar que o fato de não estarmos satisfeitos com o atual governo do PT, não significa que queremos ou apoiamos o retorno do PSDB, que nos deixou oito anos sem aumento na gestão de Fernando Henrique Cardoso”, pontuou.
Segundo a UCE, as diárias de serviço, o adicional de deslocamento, o auxílio-alimentação, o auxílio-creche, a indenização do transporte e a assistência à saúde estão defasados e sem previsão de reajuste. De acordo com o informativo da UCE, “a indenização de transporte pela utilização de veículo próprio para execução de serviços externos, de R$ 17,00, está congelada desde 1999”. O valor do auxílio-alimentação, no Executivo (R$ 373), é quase a metade do que ganham os colegas do Judiciário (R$ 751,00) e do Legislativo (R$ 784,85).
‘Não há com quem conversar’
O presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Wilson Roberto de Sá, disse que todas as mesas de negociação estão fechadas. “Não há com quem conversar. Não existe relação, se um lado não ouve o outro. Tínhamos um data-base em primeiro de janeiro, e isso nunca mais aconteceu”, ponderou. Para ele, é fundamental esclarecer quais são as intenções reais, “para que não se formem nichos nebulosos que desaguam em situações perigosas ou interpretações que não refletem nosso (dos servidores) pensamento”.
Fonte: Blog do Servidor Público Federal
Foto: SINAL
Edição: Bruna Homrich; Fritz R. Nunes
Assessoria de Imprensa da Sedufsm