Indiozinho Bretã vai à Feira do Livro de Santa Maria
Publicada em
23/04/14 12h25m
Atualizada em
23/04/14 16h17m
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Peça de teatro ‘As aventuras do indiozinho Bretã’ integrará programação cultural do evento
Bretã voltará a entrar em cena nos próximos dias. Desta vez, o indiozinho dará o ar da graça na Feira do Livro de Santa Maria, especialmente em cinco datas do evento. Nos próximos 29, 30, 3 e 4 ele chega às 16h; já no dia 11, às 16h30. As cinco datas contemplam tanto dias de semana quanto finais de semana. Para quem não se recorda, Bretã é o personagem curumin (criança indígena) criado a partir de um diálogo com crianças kaingang, que relataram histórias vivenciadas por elas. Desses pequenos contos, alguns salpicados de realidade, surgiu a peça de teatro, esse ano levada para a Praça Saldanha Marinho.
A atividade consiste em uma contação de histórias, elaborada pelo grupo de teatro Saca-Rolhas e interpretada por Luciano Gabbi. A direção da peça é de Jader Guterres. ‘As aventuras do indiozinho Bretã’, como é intitulado o pequeno espetáculo, pede apenas 30 minutos para propiciar um rápido mergulho no lendário indígena e na capacidade imaginativa dos pequenos. Após a apresentação serão distribuídos, às crianças presentes, kits com a revista que narra a história e com o livro de colorir, esse repleto de figuras conhecidas na composição dos relatos. A distribuição é gratuita.
Com essa iniciativa, a Sedufsm insere-se na programação cultural da Feira do Livro 2014, figurando, também, como apoiadora cultural do evento. Tendo fomentado esse processo de aproximação entre curumins e crianças brancas desde o ano de 2012, o sindicato abraçou para si o compromisso de ajudar a pavimentar o caminho rumo à superação do preconceito étnico. Ao lado disso, uma constante preocupação com a construção de uma educação inclusiva e livre de opressões, do que a própria revista em quadrinhos é um exemplo, já que, uma vez sido distribuída às escolas municipais e estaduais da região, pode servir como instrumento didático-pedagógico no processo de ensino e aprendizagem.
Breve histórico
O Bretã começou a surgir no ano de 2012, mais especificamente em abril, em função do Dia Nacional da Literatura Infantil. No dia 18 daquele mês, o ator Jader Guterres, acompanhado de membros da equipe da Sedufsm, foi até a aldeia ‘Três Soitas’ – atrás da rodoviária de Santa Maria – a fim de ouvir histórias narradas por crianças kaingang.
Dessas histórias surgiu a peça de teatro, apresentada naquele mesmo ano no núcleo de educação infantil Ipê Amarelo. Na ocasião, as crianças kaingang foram levadas até a escolinha, de forma que se concretizou a primeira integração entre as culturas branca e indígena.
No ano seguinte a peça de teatro foi adaptada para uma revista em quadrinhos, que ganhou ilustração do artista Joacir Dias Xavier, e foi lançada durante do 58º Conad, em Santa Maria. Outra iniciativa que buscou estimular ainda mais a capacidade lúdica dos pequenos foi o livro de colorir, criado a partir da revista em quadrinhos. Nele, as crianças poderiam, elas mesmas, a partir do seu imaginário e do exercício da coloração, colocarem-se na posição de narradoras e ressignificar as histórias.
Uma nova incursão dos curumins foi realizada até o Ipê Amarelo no ano de 2013, quando os kaingang levaram tanto a revista em quadrinhos quanto o livro de colorir. Mas as crianças não indígenas também conheceram a escola indígena, assentada na aldeia kaingang. A oportunidade surgiu quando ocorreu uma segunda edição do lançamento da revista, na própria aldeia. Nesse dia, algumas turmas do Ipê fizeram uma excursão pelo ambiente – conheceram as hortas, as criações artesanais, as casinhas e a escola -, cantaram músicas aos curumins e lancharam coletivamente.
Texto: Bruna Homrich
Foto: Arquivo/Sedufsm
Edição: Fritz R. Nunes
Assessoria de Imprensa da Sedufsm