Paralisação de aeroportuários pressiona governo Publicada em
Atualizada em 21/10/11 16h24m
240 Visualizações

Terminou hoje a paralisação dos aeroportuários de Cumbica (SP) e de Brasília (DF). Os trabalhadores do Aeroporto de Viracopos (Campinas-SP) devem votar ainda nessa sexta-feira a volta ao trabalho. A decisão dos aeroportuários vem depois da resposta do governo federal, que considera voltar às negociações sobre a possível privatização dos aeroportos brasileiros.

A paralisação começou na madrugada de quarta para quinta-feira, e visava pressionar o governo federal a não seguir com o projeto de concessão dos aeroportos para a iniciativa privada. O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) escolheu apenas os três maiores aeroportos do país para a paralisação, prevista para durar 48h. Apesar da volta ao trabalho, os aeroportuários seguem em estado de greve.

“Vamos abrir para negociações. Se não acontecer, a greve vai ser diferente, a gente vai parar todos os aeroportos, e não só esses três. O estado de greve continua até a quarta, porque a crise é muito grave entre o movimento sindical e o governo Dilma” afirmou Francisco Lemos, presidente do Sina, na assembleia realizada hoje em Cumbica. As recentes medidas autoritárias de Dilma contra as greves dos técnicos em educação, dos bancários e dos trabalhadores dos Correios parecem ter deixado os aeroportuários de sobreaviso.

O Sina reivindica ao governo federal a manutenção das atividades-fim dos aeroportuários e garantias de maior estabilidade para a categoria. O governo decidiu retomar as negociações e marcou reunião para a próxima quarta-feira, na capital federal. A grande adesão à paralisação pode ter sido fator determinante na posição do poder executivo. Segundo José Carlos Domingos, diretor do Sina, a adesão foi de 80% em Cumbica, de 60% em Brasília e de 100% em Viracopos. 2871 pessoas trabalham pela Infraero nos três aeroportos.

VITÓRIA NA JUSTIÇA – A juíza da 11ª Vara do Trabalho, Patrícia Birchal Becattini, decidiu ontem (21) extinguir o processo da Infraero e da AGU contra a paralisação dos aeroportuários. Conforme esclareceu a juíza, a pretensão dos autores seria restringir o exercício do direito constitucional de greve, pois reivindicavam a volta de 90% dos funcionários paralisados ao trabalho.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) manteve sua posição hostil ao governo federal, algo raro desde que o PT assumiu a presidência da república. Em nota divulgada no site da central, os cutistas criticam duramente a tentativa de criminalização do movimento sindical. Também se mostraram contrários à privatização dos aeroportos: “a privatização é um retrocesso neoliberal que vai colocar em risco a segurança operacional e de vôo dos usuários”, completam os sindicalistas.

Texto: Mathias Rodrigues (estagiário) com informações de CUT e do portal G1
Foto: G1
Edição: Fritz R. Nunes
Ass. De Imprensa da SEDUFSM