Entidades comentam sobre volta do vestibular Publicada em
Atualizada em 23/07/14 16h54m
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Depois de três negativas da Justiça para que fosse implementada a decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) que definiu pelo fim do vestibular na UFSM já em 2014, e que o método de ingresso seria exclusivamente através do Sistema Unificado (Sisu), a reitoria da instituição anunciou na última sexta, 18, que fará a edição do vestibular este ano. Em entrevista aos meios de comunicação, o reitor Paulo Burmann explicou que entende a decisão do Cepe como soberana, mas alegou que, para não manter a indecisão sobre o processo e um possível prejuízo aos candidatos ao ingresso na instituição, foi definida a realização do vestibular. Para ver entrevista do reitor, clique aqui. Representantes dos sindicatos e do DCE comentaram a decisão da Administração Central.

Para Adriano Figueiró, presidente da Sedufsm, a decisão da reitoria foi sensata e responsável, pois houve o reconhecimento de que a disputa judicial sem a garantia de qual processo de ingresso seria usado estava causando uma instabilidade não apenas para os candidatos a uma vaga, mas até mesmo para a própria instituição, que teve sua decisão autônoma posta em xeque. Por outro lado, Figueiró avalia que a situação criada a partir desse fato pode se refletir em uma oportunidade para que o tema seja discutido mais amplamente na universidade, quem sabe até sendo debatido dentro do processo de elaboração de uma nova estatuinte.

Rogério da Silva, da coordenação geral do sindicato dos servidores técnico-administrativos (Assufsm), vê de forma crítica a decisão da reitoria. Para ele, a volta do vestibular este ano, cumprindo decisão judicial, mas descumprindo a decisão do Cepe, revela um “desgaste desnecessário” e  também que as alterações do processo de ingresso não foram suficientemente refletidas. “Daqui para a frente esperamos que a comunidade seja realmente ouvida”, destacou o dirigente da Assufsm.

Visão estudantil

Em nota encaminhada à assessoria de imprensa da Sedufsm, o Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM voltou suas baterias contra o Poder Judiciário. Segundo a entidade estudantil, a decisão deixa explícito “quanto o judiciário está comprometido com os interesses de grupos econômicos, especialmente em nível local”. No entendimento do DCE, a decisão judicial acaba por defender “a manutenção de privilégios dos que podem pagar cursinhos e da movimentação financeira da indústria do vestibular”.  Conforme a nota estudantil, “a manutenção de um vestibular próprio por Instituição de Ensino Superior representa um dano permanente à Escola Pública”.

Texto e foto: Fritz R. Nunes

Assessoria de imprensa da Sedufsm