‘Viva o campus’ e a ideia de integrar UFSM e comunidade
Publicada em
Atualizada em
12/09/14 13h23m
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Opiniões apontam aspectos positivos e o que precisa ser aperfeiçoado na proposta
No domingo, 7 de setembro, a UFSM, através do gabinete do reitor, professor Paulo Burmann, e da Pró-Reitoria de Extensão, lançou oficialmente o ‘Viva o campus’, proposta que visa, além de oferecer opções de qualidade a quem se utiliza do campus como forma de lazer, também apresentar alternativas de programação na sede da instituição, que acabem por congregar ainda mais a comunidade ao ambiente universitário. Da programação do último dia 7, que teve diversas manifestações artísticas, participaram cerca de seis mil pessoas. Uma nova leva de participantes é esperada para sábado e domingo, 13 e 14, quando estão previstas atividades com o curso de Educação Física.
A assessoria de imprensa da Sedufsm buscou ouvir algumas opiniões sobre essa proposta, destacando aspectos positivos e, ao mesmo tempo, apontando em que ela pode ser aperfeiçoada.
Para o professor Pedro Brum Santos, diretor do Centro de Artes e Letras, a iniciativa de ações no campus aos finais de semana é positiva. Diz Santos que “no meu centro de ensino, já vínhamos conversando sobre isso há algum tempo e acho que a Pró-Reitoria de Extensão possui os mecanismos necessários para coordenar uma programação que integre diferentes áreas e setores da instituição, de modo a, na prática, criar situações interativas com o grande contingente que visita o campus aos finais de semana.” Destaca ainda o professor que “o importante é oferecer isso como alternativa, de modo que o visitante não se sinta importunado mas lembre que, mais do que num parque com muita natureza, ele está num ambiente que é um patrimônio de conhecimento, criação, experimento”.
Marta Tocchetto, professora do departamento de Química, diz que desde a época em que ingressou na UFSM ouve falar em atividades que possam atrair a comunidade de Santa Maria. No entanto, constata ela, a "ocupação" do campus acabou ocorrendo de fora para dentro, ou seja, a comunidade começou a buscar o espaço físico da UFSM como um parque, tendo em vista que a cidade de Santa Maria não possui estes espaços. A professora concorda que a atual Administração está buscando oferecer condições para este público que recorre aos espaços da universidade, contudo, avalia que a infraestrutura ainda é insuficiente tendo em vista que ela está sendo estruturada à medida que as necessidades são detectadas. Na visão dela, o processo deveria ter sido na forma inversa.
Humanização e ambiente
Ela aponta ainda dificuldades com banheiros, bebedouros, locais para sentar, coletores seletivos para lixo, lancherias, destacando que seriam pontos mínimos necessários e contribuiriam para a humanização dos espaços da UFSM. O aspecto de humanização, conforme Marta, é necessário, inclusive, para os alunos, no dia-a-dia. Ela comenta que chama bastante a atenção a existência de “péssimos bancos”, sem o menor conforto ou preocupação ergonômica, imensos bancos que existem no prédio 18 (Departamento de Química). Segundo a professora, em dias de chuva, nos intervalos de almoço, é neste local que os alunos permanecem e a coluna pode ser afetada.
Marta Tocchetto também reivindica maior diálogo sobre esse tipo de proposta. Ela diz que tomou conhecimento do ‘Viva o Campus’ pela imprensa, apesar de recentemente ter assumido a Comissão de Planejamento Ambiental da UFSM. Na avaliação da professora, apesar da grande interface ambiental que os projetos têm com os demais aspectos, a Comissão ainda não foi chamada para contribuir ou mesmo opinar.
A humanização dos espaços do campus também é lembrada pelo professor do curso de Engenharia Civil, Gihad Mohamad, que ainda ocupa o cargo de conselheiro da Sedufsm. Segundo ele, a queixa maior no campus é a grande ocupação dos espaços por parte dos veículos estacionados. Alguns prédios não possuem mais pátios de convivência, que estão ocupados por veículos. Para Mohamad, seria preciso limitar os espaços ou verticalizar os estacionamentos, criando setores próprios. Ele sugere que sejam criadas pistas para caminhada em toda a extensão do campus, juntamente com academias de ginásticas públicas em alguns nichos. Ressalta também a criação de um espaço de convivência na instituição para as pessoas (alunos, servidores e comunidade) cozinharem e fazerem seus encontros. Além disso, uma programação de atividades de caminhada e ginástica supervisionada pelo pessoal da educação física para a população em geral, comenta Gihad Mohamad.
Dever institucional
No entendimento de Alex Monaiar, estudante de Psicologia e militante do DCE, o que a universidade está buscando fazer, de promover a ocupação do espaço público, além de atender uma reivindicação antiga, também representa o cumprimento de um dever institucional. “É papel da UFSM enquanto parte da institucionalidade, contribuir para fortalecer uma concepção de Estado que esteja a serviço da população”, destaca Monaiar.
Para o estudante, a universidade tem muito a colaborar na construção de um outro tipo de cultura junto à sociedade. “Ao invés de investir em mais segurança, quem sabe ser o agente estimulador de atividades culturais, de práticas esportivas como a do skatismo, que assim tornariam o ambiente do campus muito mais humanizado”, defende Alex Monaiar.
Uma visão do Cesnors
Para o professor Gianfábio Pimentel Franco, que é diretor da Sedufsm e ministra aula no Cesnors, campus de Palmeira das Missões, a visão sobre a interação entre universidade e comunidade precisa ser abrangente e construída gradativamente. No que se refere à Palmeira das Missões, ele destaca que, nos oito anos de existência do campus, ainda existe um processo preliminar de construção de uma cultura que valorize a integração com a comunidade, se utilizando de ideias como programações recreativas e culturais. Mas, segundo Franco, especialmente em municípios menores, essa interação mostra-se muito importante.
O professor do Cesnors cita que as informações são de que ainda neste ano será implementado um espaço de convivência em Palmeira das Missões para que servidores, tanto os técnicos como os docentes, possam utilizar nos finais de semana, realizar confraternizações individuais ou em grupo, valorizando assim necessidades de lazer fora do horário de trabalho. Franco cita exemplo de outros municípios, não tão distantes, que possuem universidades em que esse tipo de atividade aos finais de semana já é bem valorizada.
Gianfábio Franco ressalta que estão sendo construídos campos de futebol de grama, mas desconhece a data em que estarão disponíveis e cita ainda um passivo no que se refere à estrutura. “Não temos ciclovia, pavimentação de acesso ao campus adequado, mas seria importante uma quadra poliesportiva, pista de caminhada, pista para a prática de skate. Mas, para manter esse tipo de estrutura, a universidade precisaria construir uma infra-estrutura adequada, com mais lixeiras, banheiros públicos abertos, além de um serviço de segurança presente”, enfatiza o docente.
Texto: Fritz R. Nunes com informações do Portal UFSM
Imagem:Portal UFSM
Assessoria de imprensa da Sedufsm