Relatório aponta repressão sofrida por trabalhadores na ditadura militar SVG: calendario Publicada em 11/12/14 16h38m
SVG: atualizacao Atualizada em 11/12/14 16h41m
SVG: views 686 Visualizações

Documento foi produzido por GT dos Trabalhadores na Comissão Nacional da Verdade

Alt da imagem

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) chegara ao fim após quase três anos de funcionamento. Durante esse tempo vigorou, vinculado à Comissão, o Grupo de Trabalho ‘Ditadura e repressão aos trabalhadores, às trabalhadoras e ao movimento sindical’, composto por representantes de diversas centrais sindicais. O relatório final da CNV fora entregue na última quarta-feira, 10, à presidente Dilma Rousseff, contudo já na segunda-feira, 8, representantes das centrais sindicais que compõem o GT dos Trabalhadores entregaram à Dra. Rosa Cardoso, coordenadora do grupo, um relatório sobre a perseguição do regime militar à classe trabalhadora.

Reunindo uma série de documentos e testemunhos, o relatório do GT comprova a colaboração do empresariado não só no golpe de 1964, mas na repressão direta e na elaboração de sistemas de vigilância de funcionários durante o regime. As empresas que tiveram participação central no sistema repressivo – e são citadas no relatório – devem ser convocadas para audiências públicas a serem realizadas pelas Comissões Municipais e Estaduais da Verdade, instâncias que seguem em funcionamento embora a CNV tenha concluído seus trabalhos.

Confira aqui a fala completa de Luiz Carlos Prates – o ‘Mancha’ –, da CSP-Conlutas, durante o Ato Sindical Unitário que entregou o relatório do GT dos Trabalhadores. Além das dez centrais sindicais, o Grupo de Trabalho também fora composto por entidades, associações, centros de memória dos trabalhadores e organizações de trabalhadores ex-presos políticos.

Ao receber o relatório do GT, Dra. Rosa apresentou aos participantes da atividade os pontos de maior destaque no documento que a CNV entregou à presidente Dilma nesta quarta. Entre os pontos destacados do relatório estão:

1) que os trabalhadores e seu movimento sindical constituíram o alvo primordial do golpe de Estado de 1964, das ações antecedentes dos golpistas e da ditadura a seguir imposta; 2) o Golpe de 1964 e a ditadura subsequente decorreram de uma aliança civil-militar embasada em um projeto comum e numa ação articulada; 3) A ditadura de 1964 criou um novo regime fabril; 4) A articulação público-privada constituída no âmbito da ditadura de 1964 ampliou significativamente as formas de violência e repressão praticadas contra os trabalhadores; 5) Na ditadura de 1964 empresas estatais tornaram-se laboratórios de monitoramento e repressão; 6) Durante a ditadura de 1964 alterou-se a legislação econômica e trabalhista para viabilizar a superexploração dos trabalhadores e mais rápida concentração de capital; 7) Na esteira das violações de direitos mencionadas ocorreram as graves violações de direitos dos trabalhadores: prisões ilegais e arbitrárias, tortura, assassinatos, desaparecimento forçado, ocultação de cadáver; 8) A classe trabalhadora foi vítima de torturas que resultaram em sequelas físicas e psicológicas insuperáveis; e 9) Tem-se notícia de muitas mortes e desaparecimentos Forçados de trabalhadores mas os números continuam inconclusivos.

Participaram da atividade o deputado Estadual Adriano Diogo, presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”; Sebastião Neto, da Secretaria Executiva do GT dos Trabalhadores; Álvaro Egea, representando a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros); Luiz Carlos Prates, o Mancha, representando a CSP/Conlutas (Central Sindical e Popular); Wagner Gomes, representando a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); Expedito Solaney, representando a CUT (Central Única dos Trabalhadores); João Carlos Gonçalves, o Juruna, representando a Força Sindical; Antonio Cordeiro, representando a Intersindical/Central; e Nailton Francisco de Souza, representando a NCST (Nova Central dos Sindical de Trabalhadores).

Homenagem

Como símbolos de resistência e luta foram homenageados os dirigentes do Comando Geral dos Trabalhadores em 1964: Raphael Martinelli, Comandante Paulo de Mello Bastos (que não pôde comparecer, mas gravou um vídeo para a atividade), Clodesmidt Riani, além de Alcídio Boano, presidente do Sindicato dos Condutores de São Paulo, que teve seu mandato cassado, foi preso e torturado no Doi-Codi em 1975.    

Juntos, os remanescentes do CGT-1964 e os representantes das Centrais Sindicais atuais assinaram um requerimento ao Ministério do Trabalho e Emprego para que seja feito o levantamento das intervenções nos sindicatos entre os anos de 1946 a 1988, que correspondem ao período coberto pela Comissão Nacional da Verdade. Quem recebeu o documento, representando o Ministério, foi Manoel Messias, Secretário de Relações do Trabalho.

Fonte e fotos: CSP-Conlutas

Edição: Bruna Homrich

Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

 

SVG: camera Galeria de fotos na notícia

Carregando...

SVG: jornal Notícias Relacionadas

Breno Altman lança livro “Contra o Sionismo” em Santa Maria

SVG: calendario 27/03/2024
SVG: tag Sedufsm
Evento promovido pela Sedufsm e Comitê Palestina Livre acontece no dia 9 de abril, no campus da UFSM

Docentes rechaçam minuta sobre grupos e espaços de pesquisa

SVG: calendario 27/03/2024
SVG: tag Sedufsm
Grupo de Trabalho Ciência e Tecnologia discutiu proposta da reunião, que tem prazo até 3 de abril para envio de contribuições

Sedufsm visita campus UFSM Cachoeira do Sul para integração com docentes

SVG: calendario 26/03/2024
SVG: tag Sedufsm
Atividade faz parte da programação de acolhimento do início do semestre letivo, e tem como objetivo conversar sobre demandas que afetam a categoria
Veja todas as notícias