Morte de chargistas: “estou em choque”, diz professor SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 07/01/15 18h56m
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Atentado na França vitimou três cartunistas e repercute no mundo inteiro

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O atentado à sede do semanário francês “Charlie Ebdo’, nesta quarta, 7, repercutiu no mundo inteiro. Mário Lucio Bonotto Rodrigues, o Máucio, que além de professor da UFSM, trabalha com charges e cartuns, ao ser contatado pela assessoria de imprensa da Sedufsm, se disse ainda em “estado de choque” com a notícia do assassinato de três cartunistas e mais o editor da publicação. “Imagina a redação de um jornal aqui do Brasil ser invadida e jornalistas e chargistas serem assassinados”, ressalta Máucio.

Reportagem do portal Terra destaca que o atentado em Paris foi responsável pela morte de alguns dos mais proeminentes e provocativos cartunistas da história recente da França. Segundo a reportagem, a morte de Georges Wolinski, de Bernard Verlhac (Tignous), de Jean Cabut, o Cabu, e de Stéphane Charbonnier, o Charb (diretor de redação), equivaleria às mortes de Angeli, Glauco (morto em 2010) e Laerte, fundadores da famosa revista “Chiclete com banana”, nos anos 1980.

O trabalho de Wolinski, o cartunista francês de origem tunisiana, de 80 anos, considerado um dos mais influentes do planeta, impulsionou gerações, e por isso a morte foi muito sentida. Jôacir Xavier, publicitário, cartunista e chargista em Santa Maria, disse ter recebido esse acontecimento com tristeza. Jô, como é mais conhecido, lembra que morava em Porto Alegre, em meados da década de 1970, e tinha acesso a uma revista chamada “O Grilo”, que trazia ilustrações de autoria de Wolinski. “Os desenhos tinham um tom bastante crítico e de contestação, com viés esquerdista, que influenciaram bastante não apenas o meu trabalho, mas também de outros ilustradores famosos”, enfatiza Jô.

Repercussões no Brasil

Adão Iturrusgarai: “Minha influência é 99% Wolinski. Estou tão paralisado que nem sei mais o que dizer.”

Carlos Latuff: “Em que pese ser contrário às charges de Maomé e às constantes provocações ao mundo islâmico, promovidas pelo jornal ‘Charlie Hebdo’, não posso concordar com o fuzilamento de jornalistas e chargistas. Esse tipo de ação só favorece ao discurso anti-islâmico e anti-imigração, cada vez mais forte na Europa”.

Chico Caruso: “Quando o Wolinski esteve por aqui, até tomamos um porre. Sou fã dele desde a ‘Paulette’, em que um velho sofria uma mutação e conseguia uma mulher fenomenal. Era hilário. Todo mundo foi influenciado por ele, desde os anos 1960 e 1970”.

Polêmica

O semanário ‘Charlie Ebdo”, que vinha sendo publicado desde 1992, vivia sob constantes ameaças desde 2006, quando divulgou uma série de charges sobre Maomé, que causaram indignação em pessoas que professavam o islamismo em vários países. A publicação sempre se destacou por abrir polêmicas, envolvendo não apenas a fé islâmica, mas também outros setores religiosos. Conforme a imprensa especializada, o jornal tinha uma tiragem de 300 mil exemplares.

Na edição que circulou nesta quarta-feira, a capa trouxe uma charge ironizando o escritor francês Michel Houllebecq, autor do livro “Submissão” que imagina uma França islamizada. O escritor está causando muita polêmica com a nova obra e tem sido acusado de racista e xenófobo.

No ataque desta quarta-feira, perpetrado por três extremistas armados com fuzis automáticos AK-47, 12 pessoas foram mortas. Conforme vídeos que foram divulgados, em que aparecem vozes dos atiradores, eles teriam afirmado: “Vingamos o profeta Maomé; matamos o Charlie Ebdo”.

Xenofobia

A análise de Carlos Latuff, chargista que causa polêmica com suas ilustrações críticas a Israel, reverenciado entre palestinos e ‘persona non grata’ ao governo israelense, no que se refere à ampliação da rejeição às comunidades de origem árabe, é compartilhada por Gihad Mohamad, professor do curso de Engenharia Civil da UFSM e conselheiro da Sedufsm.

Mohamad, que está em Eindhoven, na Holanda, fazendo pós-doutorado, disse à assessoria de imprensa da Sedufsm que o impacto do atentado no continente europeu é enorme. Ele diz não ter dúvida que esse tipo de atitude deve reforçar bastante a visão preconceituosa em relação aos cidadãos de origem árabe ou que professam a religião islâmica na Europa.

Poder da imagem

No dia 10 de dezembro de 2013, em uma palestra efetuada no auditório da Sedufsm, Carlos Latuff falava sobre o poder da charge como instrumento de conscientização da sociedade e capaz de abalar as estruturas do sistema. Em relação a esse poder, merece reflexão a frase dita ao final da tarde de hoje pelo também cartunista e professor aposentado da UFSM, Reinaldo Pedroso. “Essa chacina delimita o poder do desenho de humor na crítica social: a morte”.

Texto: Fritz R. Nunes com informações do G1, UOL e Terra.

Charge: Carlos Latuff

Assessoria de imprensa da Sedufsm

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