Bancários são contra abertura de capital da Caixa
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20/01/15 16h35m
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Dilma Rousseff anunciou que processo pode demorar dois anos
A intenção do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de abrir o capital da Caixa Econômica Federal, principal banco inteiramente público do país, vem enfrentando resistência no movimento sindical dos bancários. Já em dezembro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff confirmou que o governo federal irá realizar a abertura de capital, adiantando que o projeto seria fazer uma oferta pública inicial de ações daqui a aproximadamente um ano e meio, pois antes o banco teria de passar por um processo de saneamento.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, Marcelo Carrión, a investida é claramente uma privatização. Lembrando que a Caixa é o meio por onde passam todos os principais programas sociais do governo, o dirigente avalia que a abertura do banco público a investidores não seria apenas um problema para os trabalhadores bancários, mas afetaria toda sociedade.
“Achamos que a presidente está tomando um rumo grave ao privatizar e abrir o capital [da Caixa]. Inadmissível que se repita o que foi feito no governo Fernando Henrique Cardoso”, diz Carrión, ressaltando que em instituições como o Banco do Brasil e o Banrisul as gestões sustentam-se, em muito, pelas práticas de assédio moral. “Colocar a Caixa nesse caminho nos deixa profundamente indignados”, conclui o dirigente.
Dentre os programas sociais cujos recursos provêm da Caixa estão o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família. “Eu vou (abrir o capital), mas vai demorar”, disse a presidente, no final de 2014, durante café da manhã com jornalistas. “Precisamos ter uma participação maior dos bancos privados nos processos de financiamento de longo prazo. O país não aguenta esse processo concentrado todo nos bancos públicos”, afirmou Dilma.
Texto: Bruna Homrich, com informações de Exame e Diário de Pernambuco
Imagem: Google
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM