Estudantes protestam em frente ao MEC e denunciam cortes na educação
Publicada em
Atualizada em
04/02/15 18h34m
345 Visualizações
Evento teve participação do ANDES-SN e da Auditoria Cidadã da Dívida
O ANDES-SN esteve presente, através de sua 1ª vice-presidente, Marinalva Oliveira, em acampamento realizado por estudantes em frente ao Ministério da Educação (MEC) na última segunda-feira, 2. Um dos motes da manifestação, que teve início no Congresso Nacional ainda no domingo, 1º, foi a exigência de uma reunião com o Ministro da Educação, Cid Gomes, para discutir a crise orçamentária nas universidades federais, decorrente do corte de R$ 7 bilhões no orçamento da educação para 2015. O ato, organizado pela Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel), também trouxe na pauta a defesa do Passe-Livre e a contrariedade às Medidas Provisórias (MP’s) 664 e 665, editadas recentemente pelo governo federal. Ambas restringem o acesso de milhares de trabalhadores a direitos historicamente conquistados, como seguro-desemprego e auxílio-doença.
Além de Marinalva, a Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, também esteve presente no ato. Elas realizaram uma aula pública sobre os ataques à educação pública desde o governo Fernando Henrique Cardoso, seguindo a cartilha do Banco Mundial, até os governos do PT, através do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). No debate, trataram, também, sobre a mercantilização da educação através do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos (Prouni).
Com a pressão do movimento, no mesmo dia, Dilvo Ristoff, Secretário da Educação Superior (Sesu/MEC), recebeu os estudantes em frente ao ministério para uma reunião. A Anel cobrou transparência sobre a situação orçamentária da Educação Federal, e relatou a crise que se alastra nas universidades federais. “Em um primeiro momento, o Dilvo não quis assumir que existia uma crise na Educação, mas depois reconheceu a situação em que vivem as universidades. Ele disse que até meio do ano tudo estaria resolvido”, contou Lucas Brito de Lima, integrante da executiva da Anel.
Os estudantes argumentaram que seria difícil, pelo atual cenário econômico do país, resolver a crise nas universidades em tão pouco tempo, e que nove universidades já estão sentindo os efeitos do corte orçamentário, entre elas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Entre as reivindicações do movimento estão a de que nenhum trabalhador terceirizado sofra com atraso salarial e demissão, o compromisso do governo em não atrasar as bolsas de assistência estudantil, condições de estrutura na rede federal pública universitária, e o investimento imediato de 10% do PIB para a Educação Pública. Ainda em reunião, os estudantes criticaram a contradição do lema do governo de colocar a educação no centro da gestão, “Brasil, Pátria Educadora”.
Antes do término da reunião, Dilvo Ristoff se retirou e nenhum encaminhamento foi realizado. Na ocasião, os estudantes entregaram uma carta ao secretário da Sesu (confira aqui), informou Lima.
O ato realizado pela Anel faz parte da preparação para o 3° Congresso Nacional dos Estudantes, que acontecerá entre os dias 4 e 7 de junho, em São Paulo (SP).
Fonte e fotos: ANDES-SN
Edição: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM