Da Palestina à Santa Maria: 5 câmeras quebradas SVG: calendario Publicada em
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Exibição de filme contou com a presença do diretor Emad Burnat

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Cerca de 12000 km separam Santa Maria de Bil’in, uma pequena aldeia na Cisjordânia, onde vive Emad Burnat, camponês palestino que em 2005 adquiriu uma câmera e decidiu acompanhar em vídeo o crescimento do filho mais novo, Gibreel. Em paralelo a isso, o Estado de Israel constrói uma barreira que divide Bil’in de um assentamento de colonos judeus. Conforme o bloqueio avança, invadindo, expulsando e anexando novas faixas ao assentamento judeu, Bil’in se revolta e se une em protestos que reivindicam a devolução e a manutenção das terras – e que Emad passa a registrar com sua câmera. Oito anos e 5 câmeras depois, em parceria com o cineasta israelense Guy Davidi, o resultado é o tocante documentário “5 Câmeras Quebradas”, um relato local que vai além, e exprime o cotidiano da resistência palestina à ocupação de Israel.

Cerca de 12000 km foi basicamente a distância percorrida por Emad para estar em Santa Maria, na última sexta-feira, 27, para acompanhar a exibição do documentário e participar de um debate sobre a situação do povo palestino e a experiência na produção do filme. Na última sexta-feira, Emad, e seu “5 Câmeras Quebradas”, mostraram que a solidariedade não possui fronteiras geográficas. “O Brasil é um dos meus lugares preferidos para compartilhar meu filme, minha história, minha luta, porque eu sempre senti uma relação muito forte com o povo palestino. Tem várias maneiras de quem mora fora ajudar o povo da Palestina, e uma delas é educar, informar sobre a questão, sobre a realidade, a verdade, e exibir o filme tem esse objetivo”, declarou Emad.

“A capacidade de nos indignarmos”

A atividade, realizada na Câmara Municipal de Vereadores, foi organizada pelo Comitê Santa-mariense de Solidariedade ao Povo Palestino, do qual a SEDUFSM faz parte.  “São dramas humanos e o que é humano jamais deixará de ressoar no coração da gente. Então toda questão que tem sentimento, humanidade, nós não perdemos ainda essa capacidade de nos indignarmos com a injustiça”, destacou o vice-presidente da SEDUFSM, Humberto Zanatta. Abdo Ahmad, integrante da comunidade palestina de Santa Maria e também do Comitê, avaliou positivamente a atividade e destacou que Emad seguirá cumprindo agendas em outras cidades, divulgando o filme e a luta do povo palestino. “Santa Maria formou o Comitê de Solidariedade e vem mostrando sensibilidade com a causa palestina, e hoje está abrindo a casa do povo para prestar essa solidariedade. A atividade foi um sucesso, com boa aceitação, bom público, e nós seguimos em viagem por outras cidades divulgando as verdades que a mídia tradicional não mostra sobre a causa do povo palestino e a sua luta por liberdade”. Compondo a mesa, junto com Abdo e Emad, também estava Alex Monaiar, do DCE da UFSM, e que também integra o Comitê Santa-mariense de Solidariedade ao Povo Palestino.

Debate seguiu após exibição do filme

Ao término da exibição, o microfone esteve aberto para questionamentos ao diretor do filme, que apresentou boa compreensão e respondeu todas as perguntas em português – a esposa de Emad, Soraya, nasceu e viveu boa parte da infância no Brasil. Entre os temas levantados, ele destacou a importância da participação das mulheres palestinas no processo de resistência, e também a grande preocupação com os mais jovens (Emad tem 4 filhos), já que é prática do exército de Israel prender inclusive crianças. Outro assunto comentado, foi a indicação ao Oscar recebida pelo documentário. Na viagem para participar da cerimônia de entrega do prêmio, Emad, Soraya e Gilbreen foram detidos no aeroporto e ameaçados de serem obrigados a retornar à Palestina. Emad, então, contatou o documentarista estadunidense Michael Moore, que acionou os advogados da Academia, que garantiram a liberação de Emad e sua família.

Em outra intervenção, Emad foi questionado sobre o possível impacto que seu documentário teve ao fomentar a documentação, especialmente em vídeo, como uma ferramenta primordial na resistência palestina e na denúncia dos crimes cometidos por Israel, ao que respondeu que “cada um escolhe a sua maneira de lutar, eu escolhi a minha câmera”. Próximo ao encerramento do debate, um outro questionamento bastante recorrente, que destaca a suposta situação de um conflito de caráter religioso entre palestinos e israelenses. Ao responder, Emad foi taxativo: “eu queria criar meus filhos em paz. Eu queria um futuro melhor, mas a cada dia fica pior. Nós queremos viver em paz com todos, muçulmanos, judeus, cristãos. Nós queremos viver livres”.

Texto e fotos: Rafael Balbueno
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

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