Kaigangs aumentam pressão às autoridades
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21/11/11 18h15m
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Grupo de indígenas amplia ocupação de terreno em SM
Um grupo de aproximadamente 60 indígenas, entre homens, mulheres e crianças, chegaram na madrugada desta segunda a Santa Maria, vindos das reservas de kaigangs de Iraí e Tenente Portela. O grupo ocupou a outra parte do terreno de seis hectares, localizado na rua João Batista da Cruz Jobim, esquina com a rua Pedro Santini, nas proximidades da rodoviária de Santa Maria, com o intuito de pressionar as autoridades em busca de uma solução para as famílias acampadas. O terreno, de propriedade particular, já vinha sendo ocupado por outras sete famílias kaigang (35 pessoas no total).
Conforme um dos líderes da etnia no Rio Grande do Sul, Augusto Kaigang, que integra o Conselho de Articulação Indígena Kaigang (CAIK), desde a assembléia dos povos indígenas em Santa Maria, no dia 12 de maio, quando houve o comprometimento da prefeitura, do estado e da União em relação à pauta de reivindicações, nada foi efetivado concretamente. A assembléia aprovou medidas de longo prazo, como a instalação das famílias Kaigang e Guarani em uma área definitiva, com infraestrutura, com acesso à saúde e à educação, o que até o momento não se vislumbra uma perspectiva.
Além disso, ressalta Augusto, sequer as medidas de curto prazo, como a instalação de banheiros químicos, a colocação de pontos de luz e a água encanada foram viabilizadas. Em relação à água, o único avanço foi a instalação de uma caixa d’agua, mas que ainda não preenche as reais necessidades das famílias acampadas no terreno. “Vamos pressionar as três esferas de governo para que cumpram o prometido durante a assembléia do dia 12 de maio”, garante o líder kaigang.
Enquanto a solução para as reivindicações anda num ritmo moroso: dia 12 de maio foi a assembléia e no dia 12 de julho houve a Marcha pela Visibilidade Indígena, a novidade tem sido as ameaças recebidas. Nesta manhã, novamente, um cidadão que atende pelo nome de Claudio esteve próximo a área e disse que irá colocar fogo nas barracas dos índios. A ameaça foi presenciada pelo integrante do Grupo de Apoio aos Povos Índigenas (Gapin), Matias Rempel. Em virtude disso, tanto membros do Gapin como entre os próprios indígenas, preparavam uma noite de vigília no acampamento. O Grupo de Apoio também está fazendo uma campanha de arrecadação de alimentos, ferramentas, lonas ou mesmo barracas para facilitar na infraestrutura da área
Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Ass. de Imprensa da SEDUFSM