Pauta sindical é debatida no campus de Cachoeira do Sul
Publicada em
Atualizada em
16/07/15 23h08m
1719 Visualizações
Professores concordam sobre importância do tema, mas descartam greve agora
A Sedufsm completou na tarde desta quinta, 16, as assembleias que haviam sido convocadas para esta semana em quatro campi da UFSM: Santa Maria, Palmeira das Missões, Frederico Westphalen e Cachoeira do Sul. Na pauta de todos os locais, um ponto único: a deflagração de greve. No caso do campus de Cachoeira do Sul, que está em funcionamento desde o segundo de semestre de 2014, os temas abordados acabaram sendo mais amplos, como por exemplo, a própria finalidade de atuação do sindicato.
Ao final, após a análise de conjuntura feita pelo presidente da Sedufsm, Adriano Figueiró, os seis docentes que estiveram no encontro, destacaram a importância do debate sobre as dificuldades enfrentadas pela categoria, também em relação aos cortes orçamentários que vêm afetando as universidades, mas entenderam que ainda não é o momento de deflagrar um movimento paredista.
Em sua exposição, reforçada por gráficos, Figueiró destacou aspectos como as perdas salariais para a inflação nos últimos anos, que tendem a se agravar, tendo em vista a proposta que fez o Ministério do Planejamento, de conceder um reajuste de 21,3% parcelado em quatro anos. O presidente da Sedufsm alertou também que, muitos dos que ingressam hoje na universidade podem não perceber, pois não estiveram em lutas históricas do passado, mas a carreira foi esfacelada nos últimos anos, especialmente após um acordo que foi imposto pelo governo, durante a greve de 2012.
Adriano Figueiró sustentou com números o argumento de que a falta de recurso para a universidade ou mesmo para investir no serviço público, não tem a ver com escassez, mas sim por uma questão de prioridade política. Ele cita que os gastos com a Previdência, que eram de 35% do PIB em 1995, em 2012 passaram a representar 18%, portanto, estão em queda. O mesmo acontece com os gastos em Saúde e Educação, que representavam 47% do PIB em 1995 e hoje representam 25%. Já os gastos com juros e amortizações da dívida, que é a parte que remunera os bancos, passaram de 18% em 1995 para 47% em 2012.
No diálogo com os docentes, Figueiró enfatizou que a decisão sobre greve deve ser feita de forma tranquila, após um debate aprofundado, e fez questão de comentar que não há uma tentativa do sindicato de impor uma paralisação. O que existe, ressaltou ele, é uma tentativa legítima de esclarecer a categoria que, já existe uma greve em andamento, e que, quanto mais forte ela for, mais cresce a possibilidade de que o governo negocie as pautas que são fundamentais para a vida dos professores e para o futuro da universidade.
A plenária ocorrida nesta quinta, no campus da UFSM em Cachoeira do Sul, contou inicialmente com a presença de cinco professores. Quase ao final do encontro, um sexto professor também compareceu. A Sedufsm esteve representada, além do seu presidente, pelo primeiro tesoureiro, professor Claudio Losekann, e teve ainda o apoio do professor aposentado, Wilton Trapp, e da docente lotada em Frederico Westphalen, Rosane Severo.
Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm