Debate e ato público unificam servidores federais e estaduais
Publicada em
03/09/15 18h32m
Atualizada em
03/09/15 18h59m
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Atividades nesta quinta-feira protestaram contra ajuste fiscal de Dilma e Sartori
A quinta-feira, dia 3, foi marcada por duas atividades que marcaram a unificação das diversas categorias de servidores federais e estaduais. Pela manhã, a agenda foi um debate no Centro de Educação da UFSM, abordando o “Cenário Político Nacional da Saúde, Educação e Segurança Pública”. Já no início da tarde houve um ato público na praça Saldanha Marinho, que se estendeu até a Avenida Rio Branco, esquina com Venâncio Aires, em que a palavra de ordem foi estabelecida em uma faixa com a frase “contra o ajuste fiscal de Dilma e Sartori”.
No protesto ocorrido à tarde, além da distribuição de panfletos de esclarecimento à população, também ocorreram falas sobre a atuação vivida em âmbito federal e estadual. Alcir Martins, da Assufsm, relatou sobre a greve dos técnico-administrativos, que já ultrapassou 90 dias, sem que o governo federal negocie, e que desde esta quarta-feira ganhou um componente novo, que foi a decisão judicial que concede “reintegração de posse” contra a ocupação do prédio da reitoria da UFSM, punindo com multa de 2 mil reais ao dia em caso de descumprimento.
O diretor da Sedufsm, professor Getúlio Lemos, ressaltou a importância da unidade dos trabalhadores em virtude de que os ataques contra o setor público não vão cessar, já que o grande objetivo do capital é a privatização da educação, da saúde e da previdência. Lemos argumenta que as dificuldades dos governos, seja em Brasília ou no Rio Grande do Sul, têm relação direta com o pagamento da dívida pública, que consome atualmente 48% do orçamento federal.
Situação dramática
Em que pesem os problemas do funcionalismo federal, que tem enfrentado dificuldades na questão salarial, e também no que se refere às condições de trabalho, pois o governo Dilma promove um ajuste fiscal através do qual tem cortado recursos essenciais, como para as universidades, a situação dos servidores do estado do Rio Grande do Sul é ainda mais dramática. Além dos projetos que tramitam na Assembleia Legislativa ameaçando direitos e conquistas históricas, o drama maior é a retenção dos salários, que no caso do mês de agosto, foi parcelado em quatro vezes. Na primeira parcela, o funcionalismo recebeu apenas 600 reais.
Fabiane Taschetto, esposa de um policial militar, usou o microfone para desabafar. Ela disse que os brigadianos enfrentam uma situação ainda mais dramática, pois não podem se manifestar publicamente e, no caso de expressarem qualquer tipo de opinião, são ameaçados de punição. Fabiane disse também que os policiais receberam do comando da polícia uma carta em que são incitados a se pronunciar, em caso de necessidade, para poderem receber cestas básicas. Ela não sabe de onde virão essas cestas de alimentos, mas considera que isso representa uma grande humilhação.
Crime
Rogério Mangini, do sindicato que congrega trabalhadores em serviços penitenciários (Amapergs), atacou duramente o governador José Sartori. Para Mangini, reter salários do funcionalismo é “crime”, mas há coisas piores que isso, que estão incluídas no “pacote de maldades” do governo estadual. Uma delas, é o projeto de lei (PL) 206/15, classificado como uma Lei de Responsabilidade Fiscal. No entendimento do sindicalista, já existe uma LRF federal, e ao querer implementar uma estadual, o objetivo de Sartori seria engessar reajustes e investimentos até o fim do mandato.
Caroline Roque, que integra o Diretório Acadêmico do Centro de Educação e também é professora estadual, fez uma fala com críticas ao lema “pátria educadora”, que foi apropriado pela presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato. Ela lembrou que os constantes ataques aos docentes, seja no Paraná, sejam nas universidades, ou agora no RS, demonstram que o slogan é falso e que o que tem feito sentido na conjutnura atual é a luta educativa.
Os atos realizados nesta quinta-feira acabaram por marcar um estreitamento ainda maior entre os sindicatos da esfera estadual e estadual. Uma reunião para avaliar e programar novas atividades foi marcada para a próxima terça, 8 de setembro, às 17h, no auditório da Sedufsm.
Participantes
O debate no Centro de Educação e também o ato público na praça tiveram a participação de entidades como a Sedufsm, o Diretório Acadêmico do Centro de Educação (Dace), o Cpers, a Assufsm, a Ugeirm Sindicato (Polícia Civil), a Amapergs (Serviços Penitenciários), o Sintergs (Técnico-científicos do RS), Casa do Estudante (CEU II), Sinasefe (Instituto Federal Farroupilha), DCE e Abamf (Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar).
(Nesta sexta, 4, publicaremos mais detalhes sobre o debate que ocorreu no Centro de Educação na manhã desta quinta-feira).
Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm