Universidade vive “sérias dificuldades”, diz reitor Publicada em
Atualizada em 27/11/15 16h28m
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Em seu retorno ao comando das reuniões do Conselho Universitário (Consu), o reitor da UFSM, Paulo Burmann, alertou sobre as “sérias dificuldades” enfrentadas pela instituição. Os obstáculos começam pela questão financeira, já que há um contingenciamento de recursos desde o segundo semestre de 2014 por parte do governo federal. Mas, não somente isso. O bloqueio de novas contratações de professores e técnico-administrativos por parte do Ministério do Planejamento está gerando situação insustentável em cursos como o de Engenharia Aeroespacial ou no de Engenharia do campus de Cachoeira do Sul.

Conforme o reitor, as gestões têm sido permanentes tanto nas reuniões do pleno da Associação Nacional dos Dirigentes (Andifes), como em comunicados enviados à Secretaria de Ensino Superior do MEC. Burmann disse que até o dia 4 de dezembro espera uma definição do Ministério da Educação sobre a questão da suplementação orçamentária, que poderia garantir um fechamento de ano mais tranquilo à Administração Central da universidade. A instituição não tem conseguido fechar as contas mensalmente, pois os recursos são enviados de forma pingada. O reitor confirmou aos conselheiros um déficit atualizado de R$ 12 milhões.

Burmann destacou também as novas orientações quanto ao aumento da carga horária nas licenciaturas, que assim passariam de quatro para cinco anos. Para que isso ocorra, é necessário que sejam liberadas novas contratações, frisou ele. A diretora do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), Sônia Cechin, corroborou essa preocupação do dirigente da UFSM e apelou para que a Andifes se posicione. Burmann respondeu que a Associação dos Dirigentes não tem conseguido dar conta de todas as demandas, pois o debate sobre as dificuldades orçamentárias consome a maior parte do tempo durante os encontros.

Luciano Schuch, diretor do Centro de Tecnologia (CT), participou da discussão lembrando que o centro ao qual dirige se empenhou na implementação do programa de expansão (Reuni), que houve planejamento que teria sido bem executado, mas que, agora, ao não liberar contratações e recursos para, por exemplo, concluir laboratórios como os do curso de Engenharia Aeroespacial, o governo estaria descumprindo compromissos assumidos quando da criação dos novos cursos.

PEC 395/14

Durante a reunião do Consu desta manhã, o servidor técnico-administrativo Alcir Martins rememorou a atuação das entidades (Sedufsm, Assufsm, DCE e APG) nas últimas semanas para debater e se posicionar contrariamente à PEC 395/14, proposta que muda a Carta Magna e permite a cobrança de taxas e mensalidades na pós-graduação de universidades públicas, seja em especialização, mestrado profissionalizante, ou mesmo em cursos de extensão.

Além de debates, as entidades realizaram no dia 16 de novembro uma audiência pública na Câmara de Vereadores e, no dia 5 do mesmo mês, entregaram um documento à reitoria endereçado aos conselheiros superiores, para que se manifestem contrariamente à PEC 395/14. As entidades ainda aguardam uma manifestação, seja da reitoria, ou mesmo dos conselhos. Leia mais aqui sobre o documento encaminhado à reitoria.

Texto: Fritz R. Nunes

Foto: Multiweb

Assessoria de imprensa da Sedufsm