Trabalhadores italianos em greve segunda-feira
Publicada em
09/12/11 17h29m
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Crise também levou à greve geral dia 24, em Portugal
A insatisfação com o orçamento apresentado pelo governo do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, levou à formação de uma unidade entre as três principais centrais sindicais do país (CGIL, UIL e CISL). Fato raro, mas que evidencia a oposição comum da classe trabalhadora à proposta que lhe foi dirigida.
A estratégia delineada foi a de uma greve conjunta de três horas na próxima segunda-feira, dia 12. Não surtindo efeito, os sindicatos planejam, também, greve com duração de um dia.
Decreto suprime direitos sociais
Os principais motivos de reivindicação acerca do documento são a introdução de taxas de propriedade sobre residências para aqueles que possuem apenas uma propriedade, os cortes nas pensões e o aumento de idade para aposentaria, referente a todos que ganham mais de um salário mínimo.
O governo italiano objetiva cortar 20 bilhões de euros do déficit orçamentário, no entanto, o decreto deve cortar em meio ponto porcentual o crescimento econômico do país para 2012 e 2013.
O primeiro-ministro afirmou à imprensa que manifestações de oposição eram esperadas, porém o rigor no controle dos gastos fazia-se necessário.
Efeitos similares da crise
A crise financeira vem contaminando diversos países e as tentativas de contorná-la vêm sempre no sentido de subtrair direitos dos trabalhadores. Seus efeitos disseminam-se, em especial, pela Europa, que vive um período caracterizado por mobilizações e greves de caráter geral e unitário.
Exemplo disso foi o último dia 24, escolhido para a realização da greve geral em Portugal. O que estimulou o movimento foi, principalmente, a contrariedade ao Memorando da Troika, receituário neoliberal da troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e União Européia). Esse programa exige cortes nas Forças Armadas, na Saúde e na Justiça.
O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), Manuel Carvalho da Silva, declara que as demissões, a supressão de direitos e o arrocho de salários são os principais motivos para o crescimento das ações das empresas nas bolsas. “Isso é uma completa subversão da lógica, da perspectiva de valorização e responsabilização, que é um dos aspectos mais sólidos do respeito ao trabalho. E para quê? Para atender a especulação (...)”, afirma o dirigente da CGTP.
Fonte: Portal Vermelho
Foto: noticias.uol.com.br
Edição: Bruna Homrich (estagiária) e Fritz Nunes