Abismo entre ricos e pobres cresce exponencialmente
Publicada em
12/12/11 11h09m
Atualizada em
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1% da população detém 40% das riquezas do planeta
O abismo social entre a parcela mais rica e a mais pobre da população mundial cresce exponencialmente nos últimos anos. A disparidade entre os números é exorbitante: 1% da população detém 40% das riquezas do mundo, enquanto os 99% restantes disputam a porcentagem que sobra.
Segundo dados do Global Wealth Report do Credit Suisse, as pessoas pertencentes à faixa em que se encontra 1% da população viram seus bens crescerem 29% em apenas um ano. No entanto, considerando a atual crise do sistema capitalista, pode-se afirmar que essa categoria caracteriza-se pela alta mobilidade e risco permanente. Não são raros os casos de grandes banqueiros ou empreendedores que perderam seus imóveis e fortunas, vendo-se fazendo parte, novamente, dos 99% restantes e, desse modo, tendo de disputar a ínfima quantia destinada a essa esmagadora maioria de seres humanos.
Não importa o lugar observado, os 1% são facilmente reconhecidos em qualquer canto do mundo, e seu modo de vida pouco difere de um país para outro. Nos EUA, porém, os dados apresentam tamanha diferença que merecem destaque: lá, os indivíduos que possuem patrimônio líquido de 1 a 5 milhões – é o limiar acima do qual os gestores patrimoniais os classificam como “altos patrimônios” –correspondem a 26,7 milhões. Outros 2 milhões de norte-americanos têm um patrimônio entre 5 e 10 milhões líquidos. Um milhão de pessoas está sentada em um ninho de ovos de ouro de 10 a 100 milhões. Por fim, 29 mil estão sentados em cima de US$ 100 milhões. Todos juntos fazem mais da metade da população italiana.
Ainda conforme os dados do Internal Revenue Service, para ingressar no 1% mais rico dos EUA e somar-se aos três milhões de pessoas, é preciso receber uma renda de, pelo menos, US$ 506 mil brutos anuais (375 mil euros).
Occupy Wall Street denuncia desigualdade
Desde o dia 17 de setembro desse ano, tem tomado forma um movimento que se auto-intitula como os “99%” e denuncia os privilégios das pessoas que compõem o 1% mais rico. Desigualdade social, ganância do sistema financeiro e o sistema capitalista em si são alguns dos aspectos que o movimento vem fazendo a tentativa de combater, ou ao menos, conscientizar.
O Occupy Wall Street salienta o caráter desigual da distribuição de renda e acontece no coração do sistema financeiro internacional. Um motivo para explicar o surgimento desse movimento em um país tão hegemônico e visivelmente rico é que, desde 1982, ano da posse de Ronald Reagan, o 1% distanciou-se realmente do restante da população e, no quarto de século posterior, a sua quota da renda nacional subiu acima dos 20% e a parcela de riqueza supera os 33%.
Fonte: Portal Vermelho
Ilustração: Rafael Balbueno
Edição: Bruna Homrich (estagiária) e Fritz Nunes