Livro denuncia privatizações do PSDB
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Atualizada em
12/12/11 15h58m
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Autor diz que dados da publicação se baseiam em documentos oficiais
O livro “Privataria Tucana” de Amaury Ribeiro Jr, lançado semana passada, vem causando grande polêmica no cenário político brasileiro. A obra apresenta documentos inéditos de suposta lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado, tendo como principal personagem o ex-governador de São Paulo, José Serra.
Segundo o portal “Brasil 247” Serra teria, inclusive, tentado comprar todo o estoque do livro antes que ele chegasse às livrarias. "O Serra ligou ontem à noite pedindo para reservar, porque ele iria comprar todos", disse uma funcionária da Livraria Cultura. "Foi ele mesmo quem ligou, mas nós não pudemos reservar. A gente quer vender o livro e parece que ele quer vetar a venda", completa a fonte do portal.
O conteúdo do livro parece realmente ter assustado os líderes tucanos. Em entrevista à revista Carta Capital, o autor do livro conta como começou a escrever o livro. “Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso”, diz Amaury.
O jornalista conta também que foi chamado para trabalhar na campanha de Dilma Rousseff (PT) à presidência, para orientar os militantes a como descobrir os vazamentos de informações sigilosas que estavam acontecendo nas eleições. Afirma também que o PSDB tentou incriminá-lo ao saber dos documentos que tinha reunido para escrever o livro. “Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado [...] Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira, depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo”, denuncia Amaury.
O livro, cuja primeira edição de 15 mil exemplares já se esgotou, foi desmerecido hoje pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) em entrevista ao portal Terra. “Eu não li o livro. O que sei é da origem. Este processo todo começou na campanha eleitoral. O objetivo era a campanha. Não conheço o livro. Sei que ele tinha esse propósito”, disse o líder tucano.
Texto: Mathias Rodrigues (estagiário) com informações de Carta Capital, Brasil 247 e Terra
Foto: Divulgação
Edição: Fritz R. Nunes
Ass. de Imprensa da SEDUFSM