PETCOM UFSM chama prefeituráveis ao debate SVG: calendario Publicada em 06/09/16 18h15m
SVG: atualizacao Atualizada em 06/09/16 18h48m
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Evento ocorreu na segunda, 5, com o tema ‘Ocupação de Espaços Públicos e Movimentos Sociais’

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“Ocupação de Espaços Públicos e Movimentos Sociais”. Foi sobre esse tema central que os candidatos à prefeitura de Santa Maria tiveram de falar na noite da segunda-feira, 5, durante debate organizado pelo Programa de Educação Tutorial em Comunicação Social (PETCOM) da UFSM. O evento, que ocorrera no auditório Suze Scalcon da Sedufsm, teve a participação de Werner Rempel (PPL), Jader Maretoli (SD), Marcelo Bisogno (PDT), Alcir Martins (PSOL), Sergio Cechin (PP, candidato a vice de Jorge Pozzobom, PSDB), Helen Cabral (PT, candidata a vice de Valdeci Oliveira), Fabiano Pereira (PSB) e Paulo Weller (PSTU).

A Sedufsm contribuiu com o debate realizando a seguinte pergunta aos prefeituráveis: Uma das importantes áreas para a prática de esporte da cidade é o Centro Desportivo Municipal (CDM). Entretanto, o CDM, há anos, está em obras para abrigar um Centro de Eventos, que até hoje não foi concluído, e, em paralelo, a promessa de uma área de esportes e lazer na Vila Nonoai, que seria uma contrapartida dos empresários beneficiados pelo centro de eventos, até hoje não foi viabilizada na prática. Qual a sua avaliação e como uma gestão sua abordará esse tipo de parceria público-privada?

Sobre essa e outras questões veja o que cada representante respondeu:

Paulo Weller: declarou-se veementemente contrário às parcerias público-privadas, criticando os governos petistas que, tanto aqui quanto nacionalmente, cederam a esse tipo de parceria. Em Santa Maria, afirmou, o CDM foi entregue à CACISM, órgão que representa a burguesia local, quando poderia ser usado para beneficiar pequenos comerciantes e agricultores. “Defendemos que o espaço público é patrimônio da maioria da população brasileira”, disse o candidato, citando a luta contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e defendendo o acesso da juventude periférica aos espaços de lazer e cultura.

“Essa cidade está sendo governada para a classe dominante, enquanto a periferia e os trabalhadores estão ao léu. A prefeitura pode encampar os espaços ociosos para especulação e torná-los públicos para que as expressões da periferia possam acontecer”. Ao ser questionado sobre o processo referente às vítimas da tragédia da Boate Kiss, Weller disse ter existido uma omissão decisiva por parte do poder público, que sequer garantiu a fiscalização, e até hoje segue sem ser responsabilizado.

Jader Maretoli: acredita ser necessário deixar de lado as bandeiras políticas e firmar acordos com deputados, através de emendas parlamentares, para arrecadar recursos e finalizar as obras paralisadas ou em andamento na cidade. “Os espaços públicos são importantes para a família ter lazer e qualidade de vida. As políticas sociais têm deixado a desejar em Santa Maria”, disse, defendendo a realização de parcerias com a iniciativa privada para a construção de centros de lazer. Quanto ao caso Boate Kiss, avalia que falta ação por parte dos gestores públicos e dos vereadores, que devem maiores respostas aos pais e familiares das vítimas. Quanto ao tema ‘Opressões’, disse ser importante respeitar as conferências e conselhos de direitos, garantindo que tenham estrutura.

Fabiano Pereira: para ele, houve um erro já no planejamento, pois o Centro de Eventos não deveria ser no Farrezão devido a inúmeros fatores como o próprio trânsito. Tendo em vista que já foi iniciada a obra, diz que irá concluí-la, bem como abrir o Parque da Nonoai. Tudo isso recorrendo tanto a parcerias com a sociedade civil, quanto com a iniciativa privada. Mais iluminação no Parque Itaimbé e a abertura de escolas à noite e nos finais de semana para atividades de lazer foram ações por ele defendidas. “Esses espaços precisam trazer autoestima à população”, disse. No que tange às opressões, defendeu ações de empoderamento às mulheres. Já com relação às políticas de permanência no meio rural, ele citou o exemplo positivo da produção de peixe em Santa Maria, que antigamente produzia 25 toneladas de peixe e hoje produz 400. Para ele é importante, por exemplo, que as escolas adquiram peixe nas suas refeições como mais uma forma de apoiar a produção local.

Alcir Martins: defendeu a justiça tributária, com impostos progressivos para que quem tenha mais dinheiro, contribua com mais. Tendo se colocado claramente contrário às parcerias público-privadas, ele relatou que há alguns dias esteve reunido com jovens skatistas que utilizam o CDM para a prática do esporte. Além de carecerem de condições adequadas, eles denunciaram a abordagem agressiva da Guarda Municipal. “Quando o poder público não atua, quem dita as regras é o mercado. Por exemplo, Santa Maria não tem espaços públicos de lazer e cultura, então os        jovens se enclausuram em espaços privados. Temos de criar algo vivo que potencialize o convívio humano”, disse. No tema ‘Repressão aos movimentos sociais’, Martins lembrou a repressão truculenta da Brigada Militar contra estudantes e professores no último dia 11 de agosto, bem como a aprovação da lei Antiterrorismo.

“Só uma sociedade educadora e com cidadania nos fará sentir mais seguros”. Em relação à permanência no campo, defendera o fortalecimento da agricultura familiar e a elaboração de políticas sociais de saúde, educação, transporte e cidadania, além da conscientização ambiental na luta contra os agrotóxicos.

Sergio Cechin: assumiu o compromisso de concluir tanto o Centro de Eventos quanto o Parque da Nonoai. Defendeu a revitalização de espaços públicos como o parque Itaimbé, Bombril e a Casa de Cultura. “É preciso devolver esses espaços à população visando a inclusão social e a prevenção à violência”. No ponto ‘Repressão aos movimentos sociais’ , disse que, em sua gestão, irá imperar a democracia, entendida por ele como garantia da livre expressão e do diálogo. Quanto à pauta ‘Atenção aos povos indígenas e quilombolas’, assegurou que incentivará o artesanato dessas comunidades, garantindo canais de comercialização dos produtos, bem como projetos de inclusão social, de saneamento e de educação. Criticou o fato de a escola existente na aldeia kaingang Três Soitas (atrás da rodoviária) ter dificuldades no funcionamento devido à iluminação e outras limitações basilares.

Marcelo Bisogno: também é da opinião de que o Centro de Eventos não deveria funcionar no CDM. Acredita que o convênio entre o município e a Cacism não vem sendo honrado. Critica o abandono de praças, parques e do próprio calçadão Salvador Isaía, bem como a criação de alguns espaços que não saíram do papel. “Os jovens não têm espaços públicos”, afirma. Quanto aos povos indígenas e quilombolas, defendeu a política do não preconceito e o fortalecimento de programas sociais junto a essas comunidades, destacando articulação com a Diocese de Santa Maria e com a feira organizada semanalmente pela irmã Lourdes Dill, um dos únicos espaços, em sua avaliação, no qual os indígenas podem se sentir valorizados. “Temos uma demanda reprimida na cidade com indígenas e quilombolas”, disse. Já no que se refere à pauta ‘Transporte coletivo’, garantiu que em seu tempo à frente da Secretaria de Mobilidade Urbana, foram construídos novos abrigos de ônibus e feitas alterações em algumas linhas, a exemplo daquelas que hoje entram no Residencial Moradas.

Helen Cabral: disse que o governo municipal atual tem a marca do abandono e, por diversas vezes, referiu-se a Cezar Schirmer como o prefeito que ‘fugiu’ da cidade. Defendendo que Santa Maria precisa de um centro de eventos, garantiu que em sua gestão o município não devolverá verba alguma para o governo federal. “Matam jovens todos os dias por falta de inclusão social”. Sorteada para responder à questão sobre Transporte Coletivo, disse que, quando vereadora, criara comissão especial sobre transporte e lembrou existir determinação judicial orientando a licitação do transporte público. “Iremos, imediatamente, licitar o transporte e rever o Plano Diretor da cidade. É Santa Maria quem vai apontar de qual modelo de transporte necessita”, prometeu, criticando o domínio atual das empresas privadas sobre o transporte. Já na pauta ‘Moradias e ocupações em SM’, criticou a falta de regularização fundiária na ocupação da Nova Santa Marta e defendeu que o município tenha uma Secretaria de Regularização Fundiária.

Werner Rempel: acredita que faltou pulso do atual governo municipal para cobrar da Cacism a conclusão das obras, e garantiu rigorosidade em tal cobrança. “Os espaços públicos são fundamentais para o encontro. Não florescemos na individualidade, mas na coletividade. Mas não se faz lazer sem segurança”, disse, defendendo, ainda, a construção de campos de futebol nas periferias. Na pauta ‘Moradias e Ocupações em SM’, problematizou que o município não tem estrutura para assegurar a regularização fundiária com celeridade, e defendeu a organização de lotes urbanizados. “Não sou favorável às ocupações, pois acho que desorganizam o espaço público. Tem muita ‘grilagem’. Há pessoas honestas ocupando, mas também tem os sem vergonha”, concluiu.

As eleições municipais ocorrem no dia 2 de outubro.

 

Texto e fotos: Bruna Homrich

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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