Estudantes da UFSM relatam ameaças contra ocupações SVG: calendario Publicada em 10/11/16 13h52m
SVG: atualizacao Atualizada em 10/11/16 14h02m
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Intimidações incitam a violência e estão sendo monitoradas pela reitoria

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Os últimos dias foram marcados por grande mobilização na UFSM. Para além da greve dos técnico-administrativos em educação – já em percurso – e da ratificação do indicativo de greve docente aprovado em assembleia nessa terça, 8, diversas foram as assembleias estudantis que aprovaram não apenas a greve, mas, também, a ocupação de seus respectivos prédios na universidade. E se essas posições são particulares a cada curso, definidas em assembleias específicas, está agendada para essa quinta, 10, a realização de assembleia geral dos estudantes que deve deliberar uma posição unificada. Convocada pelo Conselho de Entidades de Base (CEB), a assembleia ocorre no auditório do Centro de Ciências Rurais (CCR), às 17h.

Contudo, não será em um ambiente de tranquilidade, ideal para o confronto de ideias, que a assembleia dessa quinta deve ocorrer. Ao menos não para uma parcela de estudantes contrários às ocupações. Isso porque nos últimos dias, diversos foram os relatos de ameaças – tanto presenciais quanto digitais – a respeito de desocupações violentas que estariam sendo organizadas. Além disso, as intimidações também tratam de possíveis agressões durante a própria assembleia estudantil dessa quinta.

Segundo uma estudante que prefere não ser identificada, na noite da última quarta, 9, ao menos cinco veículos diferentes foram identificados no campus adotando a mesma postura: rondam os prédios ocupados e, em algum momento, gritam e ameaçam os ocupantes. Outro relato nas redes sociais também reforça a denúncia. Segundo a estudante, a equipe de segurança do campus foi informada e respondeu que está monitorando a situação.

Redes sociais

Como não poderia deixar de ser, as redes sociais, terreno fértil para discursos de ódio, também estão entre os espaços adotados pelos estudantes contrários às ocupações. No próprio evento da assembleia geral no facebook, entre diversas postagens sobre a PEC 55 – um dos principais alvos das críticas estudantis – há, também, uma imagem de munições de arma de fogo, acompanhada do texto: “Amanhã as 17 vai ta bom o auditório do ccr!”. Nos comentários o autor do post alega falta de bom humor para entender a postagem.  Além desse caso, diversas são as imagens que circulam mostrando discursos de violência em grupos fechados do facebook ou conversas do whatsapp. Em uma dessas trocas de mensagem, através de um grupo de whatsapp com o nome “Desocupa UFSM” – mesmo nome de evento e página criada no facebook para barrar as ocupações – há até a indicação de um determinado tipo de facão mais adequado, segundo o autor, para possíveis agressões.

Reitoria e desdobramentos

Conforme o pró-reitor de Assuntos Estudantis, professor Clayton Hillig, as denúncias já foram encaminhadas para a reitoria que está acompanhando o caso. “Nós estamos tratando o assunto com muita seriedade. São comentários em redes sociais e não tem um caráter prático. Mas nós estamos acompanhando junto com os estudantes, especialmente para garantir a segurança de todo mundo”, declarou Hillig, salientando ainda que a PRAE está à disposição e toda a tentativa de ameaça e intimidação deve ser encaminhada à pró-reitoria. Por fim, embora ainda não haja uma posição oficial da universidade, o pró-reitor abominou as atitudes. “A nossa posição é de repúdio a incitação à violência e vamos aguardar os desdobramentos. Acredito que será judicializado, porque é inadmissível essa incitação ao ódio, essa tendência ao miliciamento, à formação de milícias”, concluiu Hillig.

Era uma brincadeira

Perante a lei, segundo o advogado Heverton Padilha, da assessoria jurídica da Sedufsm, a alegação da suposta brincadeira “não importa”. “Mesmo que não se faça, se ameaçou. E se eu me senti coagido ou intimidado, ou é ameaça ou constrangimento ilegal, e tem que registrar”. Por isso, a orientação do advogado é de que todas e todos que se sentiram alvos de coação, procurem a polícia civil e registrem uma queixa crime. Após isso, por se tratar do ambiente de uma universidade federal, é provável que o caso seja encaminhado para a polícia federal. E uma última e importantíssima informação: guardem todo o material. “Eu aconselharia eles a criarem uma comissão para reunir essas provas e ir o quanto antes na delegacia”, concluiu Heverton.

Para o vice-presidente da Sedufsm, professor João Carlos Gilli Martins, esse é um comportamento da pior espécie e retrata justamente a incapacidade de debate de alguns setores da direita. “Essas ameaças retratam a falta de argumentos para discutir questões sociais profundas, como essas que estão sendo discutidas justamente pelos estudantes que estão nesse processo de mobilização. Para esses que são contrários, não importa se a universidade vai ser privatizada, se a saúde vai ser privatizada. Eles são contra qualquer tipo de justiça social. É típico da direita”, afirmou Gilli. Além disso, o professor ressaltou que esse comportamento, infelizmente, não é uma novidade. “Esse tipo de ameaça, típica da direita que defende um modelo de universidade para os interesses do capital e do mercado, contra a universidade socialmente referenciada, isso sempre existiu. Só que o acirramento da luta de classes está trazendo tudo isso novamente à tona”, concluiu o professor.

Texto: Rafael Balbueno
Imagens recebidas pela assessoria e das quais devidamente foi retirada a identificação dos autores dos comentários.
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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