Debate enfoca impactos das contrarreformas para as mulheres trabalhadoras
Publicada em
Atualizada em
02/03/17 14h57m
1641 Visualizações
Atividade ocorre no dia 7 de março, às 19h, na Sedufsm
Bastante tem se falado sobre a contrarreforma da Previdência. Prevista na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016, já se converteu em uma das pautas centrais de mobilização dos trabalhadores nestes primeiros meses de 2017. Contudo, no dia 7 de março, às 19h, na Sedufsm, um debate especificará os impactos da proposta para as mulheres trabalhadoras. A atividade é organizada pela Frente Combativa em Defesa do Serviço Público.
Sabe-se que, por exemplo, o regime diferenciado entre homens e mulheres deve ter fim. Até então, a idade mínima para o requerimento da aposentadoria é de 60 anos para os homens, e 55 para as mulheres. As novas regras, se aprovadas, estabelecerão a idade mínima de 65 anos a ambos os gêneros. Uma das críticas que aí reside é a derrubada de um direito histórico conquistado pelas mulheres trabalhadoras – o regime diferenciado -, pois essas, dado o caráter patriarcal da sociedade, assumem, comumente, duplas ou triplas jornadas de trabalho, já que, ao trabalho remunerado, costuma-se somar o doméstico, invisibilizado.
Mas uma problematização mais a fundo do fator ‘gênero’ na contrarreforma da Previdência será realizada no debate do dia 7, que terá as presenças de Vera Rosane Oliveira, servidora técnico-administrativa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e integrante do Movimento Quilombo, Raça e Classe, e de Aline Costa, jornalista e militante do Movimento Mulheres em Luta. Ambos os movimentos são integrantes da CSP-Conlutas. A ideia é que a discussão também abarque as especificidades das mulheres negras e das trabalhadoras do campo no que tange à Previdência.
A mesa de debate, que ocorre no Auditório Suze Scalcon (Sedufsm) sob coordenação da professora Tatiana Joseph, também contará com a participação de David Lobão, representante do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) na CSP-Conlutas. Ele, que é docente da rede EBTT no Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e membro do Comitê da Paraíba Contra a Reforma da Previdência, tem rodado o país falando sobre o tema e vem a Santa Maria com apoio do IFF-Farroupilha em São Vicente do Sul, base do Sinasefe.
Reunião
Ainda no dia 7 de março, a Frente Combativa em Defesa do Serviço Público fará uma reunião, às 17h, para preparar o Dia Nacional de Lutas, em 15 de março, em Santa Maria. Nessa data, trabalhadores e trabalhadoras deverão ir às ruas, no país inteiro, demonstrar insatisfação e resistência aos projetos que retiram direitos – a exemplo das contrarreformas Trabalhista e Previdenciária, e da contrarreforma do Ensino Médio.
Já no dia 8 de março ocorre um debate promovido pela Atens (Sindicato Nacional dos Técnicos de Nível Superior da UFSM), cujo foco também são os impactos da contrarreforma da Previdência às trabalhadoras mulheres. Quem falará na atividade é Giovani Bortolini, assessor jurídico da Atens, que também tratará sobre os pontos gerais mais polêmicos da proposta.
Para a ocasião ainda estão previstas intervenções, em formato de dinâmicas, com Márcia Paixão, docente do departamento de Fundamentos da Educação na UFSM, e Glece Coser, técnico-administrativa em Assuntos Educacionais também na UFSM. O evento do dia 8 ocorre às 14h, na sala 218 (segundo andar do prédio da Reitoria).
Debates nos campi
No dia 13 de março, a Atens irá até os campi de Frederico Westphalen (pela manhã) e Palmeira das Missões (à tarde) promover rodas de conversa sobre a contrarreforma da Previdência.
Visita ao Assentamento Madre Terra
Já divulgamos em nosso site matéria que explica a atual situação da unidade escolar do Assentamento Madre Terra, situado na zona rural de São Gabriel. O local que oferece formação às crianças assentadas está ameaçado, pelo governo do estado, de fechamento. Após protesto realizado na última terça-feira, 21, em frente ao Ministério Público (MP) em Santa Maria, os moradores conseguiram que representantes do MP visitem o Assentamento e lá realizem uma audiência. O objetivo é que os promotores conheçam a realidade das famílias assentadas, carentes com relação à infraestrutura, especialmente no que tange ao abastecimento de água, a postos de saúde, sinal de celular e estradas de acesso adequadas.
A essa audiência, que ocorrerá no dia 2, irão membros da Frente em Defesa do Serviço Público, que abraçou a luta pelo não fechamento da unidade escolar, responsável pela formação de 20 crianças assentadas. Não fosse a unidade dentro do acampamento, a escola mais próxima seria localizada a 30 km de distância.
Texto e foto: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm