Burmann fala da crise orçamentária em audiência pública
Publicada em
15/09/17 17h20m
Atualizada em
15/09/17 17h35m
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Sedufsm questiona lentidão dos reitores em denunciar cortes governamentais
Em uma sala lotada no 2º andar do prédio da Reitoria, com pessoas, inclusive, assistindo em pé a exposição, o reitor da UFSM, Paulo Burmann, falou no final da manhã desta sexta, 15, sobre a crise orçamentária enfrentada pelas instituições de ensino federais. O dirigente da universidade apresentou dados mostrando o “estrangulamento” que as universidades vêm sofrendo e pediu a solidariedade de todos. A atividade teve a participação de representações políticas, mas também de representantes de sindicatos e entidades estudantis. Falando em nome da Sedufsm, o vice-presidente, professor João Carlos Gilli Martins, questionou o que considera uma lentidão dos reitores no processo de denúncia dos cortes que já têm sido apontados pelo movimento sindical há bastante tempo.
Gilli reclamou o fato de que a Andifes (Associação dos Reitores) tem administrado a crise gerada pelos cortes de recursos, iniciados ainda no governo Dilma, repassando isso para que a comunidade universitária pague a conta. Para exemplificar que o movimento iniciado pelos reitores está em sintonia lenta, o dirigente da Sedufsm lembrou que, ainda em setembro de 2016, portanto, um ano atrás, a Sedufsm, juntamente com mais uma dezena de entidades, criou a Frente Combativa em Defesa do Serviço Público, com o intuito justamente de denunciar e lutar contra o sucateamento do setor público e da universidade.
Durante sua explanação, o reitor da UFSM detalhou em gráficos o tamanho do rombo a que as instituições têm sido submetidas. Um dos gráficos comparou o orçamento de capital liberado de 2014 a 2017 e o que foi contingenciado. E um segundo, comparou o orçamento liberado para custeio e o que foi contingenciado, entre 2014 e 2017. Os valores não incluem a expansão do campus de Cachoeira do Sul, para o qual o governo liberou, até agora, uma ínfima parte de um total acordado com o MEC de R$ 129 milhões. E nem os recursos para os novos cursos de Engenharia Aeroespacial e de Telecomunicações.
Contingenciamento em capital
Segundo os dados fornecidos pela reitoria, os cortes começaram ainda no ano de 2014, quando no que se refere ao investimento o contingenciamento acumulado foi de R$ 30,87 milhões; em 2015, esse valor acumulado correspondeu a R$ 58,40 milhões; em 2016, R$ 77,40 milhões; em 2017, até o momento, R$ 92 milhões. Lembrando que 2014 e 2015 ainda era gestão de Dilma Rousseff.
Contingenciamento em custeio
No que se refere aos cortes em custeio, em 2014 o contingenciamento acumulado chegou a R$ 12 milhões; a R$ 24,62 milhões em 2015; a R$ 27,48 milhões em 2016 e, em 2017, até o momento, alcança R$ 60,39 milhões. Acompanhe abaixo o gráfico comparativo.
Paulo Burmann enfatizou a importância da discussão que tem sido feita junto aos parlamentares da bancada gaúcha, tanto em nível federal, como em nível estadual, o que levará a que nesta segunda, 18 de setembro, seja lançada, em Porto Alegre, no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, a Frente Gaúcha de Defesa da Universidade e Institutos Federais. Para o reitor, a mobilização é fundamental, tendo em vista a tentativa de reversão do atual cenário de cortes. Além de buscar a garantia de liberação de 100% do orçamento, é imprescindível que 2018 não seja ainda pior. Conforme Burmann, a própria Lei Orçamentária Anual (LOA) havia previsto para o próximo ano 0% de recurso para investimento das universidades. Contudo, o próprio governo parece disposto a revisar a LOA, comentou o reitor.
Ônibus
Na segunda, dia 18, sai um ônibus de Santa Maria para Porto Alegre, às 4h da madrugada, levando pessoas ao evento da Assembleia Legislativa. A ida do ônibus está sob a coordenação da reitoria da UFSM, sendo que foram colocadas cinco vagas à disposição da Sedufsm até hoje ao meio-dia, e duas foram ocupadas.
Texto e foto: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm